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70% dos pais de alunos da rede particular do DF apoiam retorno em julho

De acordo com pesquisa do Sinepe-DF, 24% defendem a volta às aulas em junho

Correio Braziliense
postado em 19/05/2020 19:46
Uma pesquisa do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe-DF), divulgada nesta terça-feira (19), revela que 70% dos pais de alunos da rede particular apoiam o retorno às escolas em julho. Em um questionário de múltipla escolha, a maioria das indicações foi para o dia 15/7. 

De acordo com o levantamento, 24% dos pais defendem a volta às aulas em junho, mês para o qual está previsto o retorno de acordo com o decreto do governador Ibaneis Rocha.

De acordo com pesquisa do Sinepe-DF, 24% defendem a volta às aulas em junho

O levantamento mostra também que 73,8% dos pais e/ou responsáveis pelos alunos das escolas particulares apoiam o retorno gradual e em grupos às aulas presenciais. Os outros 26,2% consideram inviável o retorno gradual no momento.

Os dados foram levantados no período de 11 a 18 de maio, com a participação de 34 mil questionários respondidos pelos pais e/ou responsáveis dos alunos. Apesar de o foco ser a rede particular, a pesquisa teve participação também da rede pública, com 3.486 formulários preenchidos. Nas escolas particulares, foram 30.369 formulários. 

De acordo com pesquisa do Sinepe-DF, 24% defendem a volta às aulas em junho

“A pesquisa tinha um objetivo bem focado: levantar o quantitativo de alunos que desejavam retornar às aulas nas datas mais próximas, assim como avaliar o nível de satisfação com as atividades desenvolvidas a distância”, explica o presidente do Sinepe-DF, Álvaro Domingues. “Isso nos permite subsidiar as autoridades com dados para que elas tomem a melhor decisão possível”, acrescenta.

De acordo com a pesquisa, 90% das escolas estão desempenhando as atividades de forma remota durante a quarentena. O levantamento mostra que 71,7% dos pais estão satisfeitos (56,5%) ou muito satisfeitos (15,2%) com as aulas não presenciais, enquanto 22,1% estão insatisfeitos.
 

Saiba Mais

 

Na opinião dos participantes da pesquisa, o retorno deve ser gradual e por faixa etária, dos mais velhos para os mais novos. A maioria dos pais de alunos da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental querem que os filhos estejam no terceiro grupo — o que volta por último. 

Já os anos finais do ensino fundamental estariam com o retorno previsto no segundo grupo e, na vanguarda, os alunos do ensino médio, considerando que a etapa está atrelada aos processos seletivos para o ingresso ao ensino superior (vestibular, Enem e Pas).

De acordo com pesquisa do Sinepe-DF, 24% defendem a volta às aulas em junho

Ainda de acordo com o levantamento, 79% dos pais são a favor do retorno opcional, ou seja, com a possibilidade de o estudante continuar em casa recebendo as atividades remotas se a família assim preferir. 

“O Sinepe continua defendendo que o retorno seja na data segura definida pelas autoridades e que seja opcional para o aluno que desejar frequentar a escola e aquele que desejar permanecer em casa”, esclarece Domingues.

Confira a posição da Aspa-DF: 

JULHO AINDA NÃO É MUITO CEDO?
Hoje tivemos acesso ao resultado da pesquisa que o Sinepe fez junto a um determinado número de pais de alunos de escolas particulares do Distrito Federal.
 
A Associação de Pais de Alunos (ASPA) reafirma a sua posição de apoiar a volta às aulas quando o Governo do Distrito Federal definir uma data com segurança, apoiada em análises das autoridades sanitárias. .
 
A pesquisa feita pelo sindicato apresenta como prováveis datas de volta às aulas os meses de maio, junho e julho, sendo a última dia 15 de julho, que foi a escolhida pela maioria que respondeu a pesquisa. 
 
A Aspa acredita que muitos pais escolheram a volta em julho por não haver alternativas para meses mais distantes. O Sindicato não apresentou a alternativa de voltar, por exemplo, em agosto. 
 
Esse resultado pode dar às autoridades a falsa impressão de que os pais desejam que seus filhos voltem às escolas no mês de julho, independentemente da situação da propagação do Coronavírus no DF. 
 
Apesar de louvável, a busca da participação dos pais nesta decisão, não pode colocar na responsabilidade da família a escolha da volta. Para a Aspa, neste caso, não há escolha possível e voluntária enquanto os números de contágio da Covid-19 estiverem em uma curva ascendente e não houver uma posição  das autoridades garantindo  aos pais e à comunidade escolar  segurança para alunos, professores e funcionários.
 
Esta Associação se pergunta se o Sinepe já se preocupou em fazer um levantamento que apresente dados e indicadores do número de alunos e colaboradores que pertençam a algum grupo de risco. E, de posse desse levantamento, como fazer o manejo responsável desse grupo no retorno. Essas informações são tão importantes ou mais importantes que saber dos pais qual a melhor data para o retorno da aulas.
 
Esta ASPA defende que as escolas abram com protocolos definidos de segurança sanitária, quando assim for definido pelas autoridades, para quem desejar voltar às aulas presenciais. Assim como possam continuar oferecendo atividades domiciliares e aulas remotas aos alunos cujos pais não se sintam seguros e confiantes nesse retorno, sem que haja prejuízo do ano letivo.
 
Importante ressaltar que ainda é devida  atenção especial, com o mesmo objetivo, aos alunos que sejam portadores de alguma doença crônica e façam parte do grupo de risco. Esses precisam de que as atividades permaneçam remotas, se os pais desejarem que eles permaneçam em casa.
 
Um ponto que a Aspa considera importante e que infelizmente não fez parte da pesquisa do Sinepe: os pais acreditam ser pertinente alguma porcentagem de  desconto na mensalidade durante o período em que houve atividades remotas, já que o contrato inicial celebrado entre as escolas e os pais contemplavam atividades presenciais, com uso de toda a estrutura da escola?
 
O momento é de união de esforços para que possamos atuar como agentes de fiscalização, não apenas em relação à qualidade do ensino que está sendo ofertada, mas principalmente no que diz respeito à proteção integral dos nossos filhos, os alunos! 
 

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