Correio Braziliense
postado em 03/07/2020 17:21
Na manhã desta sexta-feira (3/7), manifestantes realizaram um protesto em frente ao Palácio do Buriti contra o decreto publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) na quinta-feira (2/7) que estabelece datas para a reabertura de boa parte do comércio e das escolas das redes pública e particular do Distrito Federal.
Vestidos de preto, os manifestantes espalharam cruzes pelo chão e levantaram cartazes com frases como: “Romper o isolamento é promover o genocídio” e “A vida é muito breve. Agosto é cedo” e "Escolas podem ser reabertas quando a pandemia passar. As vidas dos estudantes importam".
Com o mote “Todas as vidas importam”, o protesto homenageou as vítimas do coronavírus no Distrito Federal. Nesta sexta-feira (3/7), o número de óbitos pela doença chegou a 637, segundo boletim da Secretaria de Saúde (SES-DF).
‘Gestores desesperados’
Rosilene Corrêa, diretora do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF),avalia que a decisão de permitir aulas presenciais é precipitada.
“O maior problema não é só o tempo para as providências serem tomadas, mas é o risco que a volta às aulas representa. Todos os países que fizeram uma reabertura precipitada precisaram voltar atrás e identificaram um aumento no número de casos”, reflete.
A diretora colaborou com a organização da manifestação e disse que o principal motivo é a grande preocupação por parte de pais, alunos e trabalhadores com o retorno presencial. “Não é o momento”, diz.
Rosilene relata que tem recebido muitas reclamações da comunidade escolar. “Gestores desesperados sabem que a bomba ficará com eles”, desabafa.
O tempo também preocupa os educadores. “Cumprir com o protocolo não é pouca coisa e eles estarão no olho do furacão. O tempo não é o principal problema, mas, além disso, é muito curto para as providências e mais curto ainda para o controle da pandemia”, avalia Rosilene.
MPDFT questiona reabertura
Força-tarefa do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) que acompanha as ações de combate à pandemia requisitou informações ao secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha, sobre o Decreto Distrital nº 40.939/2020, o qual permite a reabertura de novos segmentos econômicos.
O grupo quer saber qual é a fundamentação científica da medida e qual será o impacto da reabertura nos serviços de saúde. O MPDFT requisita informações sobre os estudos técnico-científicos que fundamentaram a decisão de reabrir atividades como salões de beleza, academias e restaurantes. A instituição também quer ter acesso às projeções de demanda por serviços de saúde a partir da reabertura, tanto públicos quanto particulares.
O objetivo é entender, por exemplo, se o governo vai conseguir fiscalizar efetivamente medidas de prevenção e controle, como o uso de máscaras e o monitoramento dos casos suspeitos e consequente isolamento das pessoas infectadas.
Outro questionamento da força-tarefa é sobre a falta de previsão de testagem para trabalhadores de diversas categorias. O Distrito Federal tem três dias para responder a requisição da força-tarefa.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa
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