Correio Braziliense
postado em 15/07/2020 20:43
Conceição das Graças Araújo,71 anos, fundadora do Colégio Guiness, foi mais uma vítima da covid-19, que fez 74 mil mortos no Brasil. Internada há 10 dias, ela não resistiu às complicações da doença e morreu na madrugada de terça-feira (14/7). Natural de Minas Gerais, Conceição mudou-se para Brasília aos 15 anos. O pai foi um dos operários responsáveis pela construção da capital.

Fundado em fevereiro de 1987, o Colégio Guiness é composto por duas unidades, localizadas em Taguatinga e Recanto das Emas. A instituição decretou luto oficial. “Dona Conceição sempre atuou com muita dedicação, amor e energia em defesa da educação”, declarou a instituição em nota. Na página oficial da escola no Facebook, a postagem decretando luto gerou comoção na comunidade escolar. Entre mais de 80 comentários nas mídias sociais, estudantes, familiares e amigos lamentaram a morte da diretora.
“Muito triste! A admiração, o respeito e o carinho que eu tinha por ela era o de uma mãe. Vá em paz minha amiga! Que Deus abençoe toda a família! Uma história que será lembrada com alegria e celebração. A dor da partida é grande, mas sabemos que seu legado influenciará gerações”, comentou o usuário Leandro Lopes.
“Dona Conceição foi a minha porta de entrada no Guiness, fez a minha entrevista. Tenho tanto carinho por essa escola, por ela. Que Deus traga conforto ao coração de toda a família Guiness”, lamentou Ana Paula Ribeiro no post.

“Conheci dona Conceição e a família dela quando meus filhos entraram na escola, eles amam o lugar e sentiram muito a perda dela. Assim como nós, pais. Er uma profissional e pessoal excepcional”, diz. Rafael Oliveira, 11, está no 5° ano do ensino fundamental na escola. “Estou muito triste com a partida da dona Conceição, ela vai fazer muita falta. Saudades…”
Familiares se despedem
Em nota enviada ao Correio, a família prestou sua última homenagem. “Dona Conceição foi uma guerreira acima de tudo. Desde quando chegou a Brasília, nos tempos do Centro de Ensino Médio Elefante Branco, passando pelo período de Secretaria de Educação, no ensino especial, até os tempos de Guiness. Ela se mostrou presente na vida de muita gente exercendo o cuidado”, afirmaram familiares.
“Cuidou dos filhos, dos netos, dos alunos. Foi uma mulher que empreendeu em uma época que não era comum ver mulheres na linha de frente dos negócios. Encarou a vida sem medo. E com muito entusiasmo. Venceu. Nos deixou cheios de orgulho, uma verdadeira referência para nossas vidas. A morte não é o fim, o fim é o desencantamento, e mamãe, vovó e tia Conceição estará sempre encantada em nossas memórias.” Conceição deixa o marido, os três filhos, Yuri, Ivan e Alan, além de oito netos.
Sinepe-DF lamenta perda
O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe-DF) lamentou a perda. Conceição foi presidente do sindicato entre 2002 e 2004. “Ao longo dos seus 50 anos, o Sinepe-DF consolidou uma história de lutas e conquistas pela livre iniciativa da educação particular na capital do país, e a professora Conceição foi uma das pessoas comprometidas com este legado, que certamente influenciará várias outras gerações em prol da sociedade brasiliense”, disse o presidente da entidade, Álvaro Domingues, em nota.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa
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