Jornal Correio Braziliense

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DF busca medalhas na 8ª Olimpíada do Conhecimento

Estudantes do ensino técnico do Distrito Federal disputam em 22 categorias

O segundo dia de provas da 8; Olimpíada do Conhecimento começou logo cedo no ExpoMinas (BH), às 8h da manhã desta quinta-feira (4). Ontem, grande parte das estações de trabalho estava praticamente inalterada, pois era o primeiro contato dos jovens com o projeto a ser executado. Hoje, no entanto, já podiam-se ver as evoluções das tarefas que os competidores foram desafiados a realizar. As áreas de construção e edificações e de tecnologias de manufatura e engenharias são as mais perceptíveis quanto ao avanço das provas.

O Distrito Federal tem 27 estudantes maior torneio de Educação Profissional das Américas. A delegação brasiliense defende a capital federal em 22 ocupações distintas. A proposta é que o DF mantenha ou melhore sua colocação no ranking dos melhores estados na competição, que é o 4; lugar, conquistado em 2012.

As provas que os alunos desenvolvem foram fundamentadas nas qualificações exigidas pelo mercado de trabalho e no processo de inovação das indústrias imposto pelas transformações tecnológicas que caracterizam o século 21. São tarefas de alta complexidade, que envolvem processos de planejamento, criatividade, execução, agilidade e, em alguns casos, a descoberta e a solução de defeitos.

Segundo o instrutor de construção em alvenaria, Mateus Mariano, hoje, os competidores desta ocupação têm que construir uma miniatura da faixada frontal do Museu de Tiradentes. ;O grau de dificuldade desse módulo é altíssimo, principalmente em função do prazo estabelecido para cumpri-la;, explica Mateus. Sobre o aluno do DF, Robson da Silva, 19 anos, Mateus, que também é avaliador, se ateve a poucas palavras. ;A prova dele, esteticamente, está linda. Vamos ver se consegue termina-la a tempo;, finaliza.

Do outro lado do ExpoMinas, é realizada a prova de eletricidade industrial. O estudante Márcio Júnior Santos tem o desafio de fazer funcionar com precisão um simulador de uma máquina industrial que produz blocos de concreto. ;Preciso programar a máquina para misturar areia, cimento e água e, ao fim, ter o bloco de concreto perfeito;, esclarece. O jovem talento brasiliense diz realizar uma boa prova e segue muito confiante por medalhas. ;Até agora, segui o processo corretamente e, principalmente, no tempo estabelecido;, conta, alegre.

O instrutor da ocupação de Márcio é Flávio Chiapetti. Ele, que também é avaliador de Eletricidade Industrial, conta que a grande dificuldade enfrentada pelos competidores de todos os estados são as novas tecnologias inseridas no projeto da prova. ;Rede Ethernet Industrial, Interface Homem Máquina, conhecido como IHM, inversor de frequência com comunicação por rede. Tratam-se de tecnologias novas que não esperávamos ser exigidas na prova da Olimpíada do Conhecimento e que aumentou o grau de dificuldade para todos os jovens da ocupação;, relata.

A responsável por todo processo que envolve o torneio no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-DF), Eliséia Tavares, diz que os jovens brasilienses foram muito bem preparados para a competição e que estão focados em realizar boas provas. ;Além das mais de 2 mil horas de treinamento, os nossos alunos tiveram acompanhamento psicológico, nutricional e físico. Sabemos que apenas conhecimento teórico e prático não bastam. Nós os preparamos para lidar com pressão, para suportar as mais de 22h de provas e para passar por tudo isso com tranquilidade. Confio nesses meninos e estamos certos de bons resultados;, ressalta.

Oportunidade para todos


Dos 800 competidores que participam da Olimpíada do Conhecimento 2014, 45 são pessoas com deficiência. O DF tem um representante na ocupação tecnologia da informação para deficientes visuais. Trata-se de Gilmar de Alcântara, 41 anos. A Doença de Stargardt levou Gilmar à cegueira aos 35 anos, idade considerada para muitos ;auge da carreira profissional;.
;Eu não nasci deficiente visual. Portanto, perder a visão na fase adulta foi um choque enorme na minha vida. Tive que recomeçar do zero;, explica, o rapaz, que antecipou a aposentadoria em função das inúmeras limitações impostas pela falta da visão.

Mas ;se sentir inútil; - como o próprio Gilmar define, não fazia parte do seu plano de vida. Foi assim que Gilmar aceitou o desafio de participar da seletiva da Olimpíada do Conhecimento. ;Hoje, digo com orgulho, que represento o DF na ocupação Tecnologia da Informação para deficientes visuais. Ter coragem de participar do torneio mudou tudo em minha vida. Posso dizer, sem medo de errar, que o Senai foi um divisor de águas na minha história. O Senai me reintegrou à sociedade, devolveu minha autoestima e minha alegria;, diz. Sobre as provas, Gilmar segue confiante. ;Estou me saindo melhor do que imaginava. Sei que terei um ótimo resultado;, analisa.

Ocupações defendidas pelo DF


Nesta edição, o DF disputa em 22 ocupações profissionais: TI - Soluções de Software; Soldagem; Aplicação de Revestimentos Cerâmicos; Funilaria Automotiva; Instalação Hidráulica e a Gás; Eletrônica Industrial; Web Design; Eletricidade Predial; Eletricidade Industrial; Construção em Alvenaria; Marcenaria de móveis; Tecnologia da Moda; Mecânica de Automóveis; Jardinagem e Paisagismo; Mecânica de Refrigeração; TI - Administração de Sistemas de Rede; Design Gráfico; Técnico de Enfermagem; Segurança do Trabalho; Panificação; Mecânica Industrial; e Tecnologia da Informação (PcDs). São 26 alunos preparados pelo Senai-DF e uma aluna do Senac-DF.

Visita ilustre


Luciano Huck, embaixador da 8; Olimpíada do Conhecimento, visitou o Expominas, na manhã desta quinta-feira. O apresentador, que liderou a cerimônia de abertura do evento no dia 31 de agosto, conheceu o espaço de provas, os competidores e as áreas especiais do evento.