;Na escola temos a visão de uma coisa. Quando entramos no ensino técnico, que é o que a gente quer para nossa vida, muda totalmente essa visão porque aprofunda muito;, avalia Karina Felix, de 17 anos, estudante do curso de química do ensino técnico da Fundação Indaiatubana de Educação e Cultura (Fiec), em Indaiatuba (SP). Foi lá que o ministro da Educação, Mendonça Filho, participou nesta segunda-feira, 20, de uma aula inaugural do Mediotec, ação estratégica do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) voltado para o ensino médio. Ele também visitou as instalações das duas unidades da instituição.
Karina faz o ensino médio concomitante com a formação técnica e já tem planos para quando concluir os estudos, em abril. ;Vou fazer cursinho e entrar na faculdade de engenharia química em 2018;, planeja. Para que mais estudantes tenham a mesma oportunidade que Karina, o presidente da República, Michel Temer, e o ministro Mendonça Filho anunciaram em dezembro do ano passado o Mediotec. O objetivo é priorizar a oferta de cursos técnicos em concomitância ao ensino médio regular para alunos matriculados em escolas públicas.
A intenção é que os estudantes, ainda durante o curso, realizem estágios em empresas com carência de profissionais especializados. Entre outras coisas, a ação prevê 82 mil vagas em cursos de longa duração, com pelo menos 800 horas de aula. Um aumento de quase dez vezes em relação a 2016, que registrou nove mil jovens matriculados nesse tipo de curso.
O ministro avalia que a ação prioriza as oportunidades aos jovens, especialmente das escolas públicas. ;É evidente que, quando a gente olha para formação técnica, a gente está olhando para oportunidade de formação profissional e de inserção no mercado de trabalho;, ressalta Mendonça Filho. Ele lembra que no Brasil, apenas 8% das matrículas no ensino médio são aliadas à formação técnica. ;O que é muito pouco quando comparado com a Europa, onde esse percentual é de 40% e, em alguns casos, passa de 50%;, disse.
Experiência
Fábio Mateus Rodrigues, de 17 anos, faz o ensino médio junto com o técnico em mecatrônica. Ele considera que concluir cedo esse tipo de formação, com 16 ou 17 anos, permite que o jovem ;saia com uma idade boa para o mercado de trabalho;. Ele já faz planos de conseguir um bom emprego e cursar faculdade de engenharia de automação.
O colega de curso Henrique Marquioli, de 18 anos, acredita que a experiência profissional dentro do ensino médio ajuda a decidir o futuro profissional. ;Além de me de dar visibilidade do meu futuro, o curso me mostrou o que quero fazer daqui para frente e se é exatamente o que quero;, explica o estudante, que terá sua formação técnica apenas dois meses após concluir o ensino médio.
Fiec
Na Fiec, mais de 4 mil alunos já se matricularam em um dos cursos oferecidos paralelamente ao ensino técnico. Ela foi a primeira escola técnica do município de Indaiatuba a aderir ao Pronatec, em 2012. De acordo com informações da Fundação, cerca de 84% de todos os estudantes que se formaram na instituição conseguiram colocação no mercado de trabalho em uma das 900 indústrias e 6.000 comércios localizados no município.
Já dentro da ação Mediotec, a Fiec oferece quatro novas turmas nos cursos técnicos concomitantes ao ensino médio em 2017: design de interiores, cozinha, logística e segurança do trabalho. No total, são 160 vagas ; sendo 40 para cada curso.
[VIDEO1]
Portal MEC