Correio Braziliense
postado em 06/05/2020 22:06
Na noite desta quarta-feira (6/5), o desembargador federal Elio Wanderley de Siqueira Filho, da 1ª Turma, da 4ª Vara Federal, suspendeu a nomeação de José Arnóbio de Araújo Filho da fundação de reitor do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). A suspensão durará até que o processo investigativo relacionado à nomeação seja finalizado.
Agora, volta a valer, temporariamente, o mandato de Josué de Oliveira Moreira como reitor. O Ministério da Educação (MEC) informou em nota que, “de acordo com a última decisão, a medida adotada pelo ministério – de nomear um reitor pro tempore até o caso ser resolvido – tem fundamento no Decreto nº 9.916 de 18 de julho de 2019, que trata de critérios gerais para a ocupação de cargos em comissão”.
A suspensão veio contrariando outra decisão judicial, que determinava que Arnóbio assumisse o cargo até as 16h desta quarta-feira (6/5). A determinação era também da 4ª Vara da Justiça Federal do Rio Grande do Norte, por meio da juíza Gisele Leite. A ação pedia o afastamento do reitor pro tempore do IFRN, José de Oliveira Moreira, nomeado pelo Ministério da Educação (MEC) em 17 de abril mesmo sem ter concorrido às eleições para a reitoria.
Antes disso a juíza Gisele Leite tinha suspendido a portaria de nomeação de Moreira do MEC na última sexta-feira (1º/5). O ministério tinha recorrido, mas perdeu o recurso na época. José Arnóbio venceu as eleições com 48,25% dos votos, contra Wyllys Farkkat Tabosa, que foi a escolha de 42,26% dos votos. O professor Josué Oliveira Moreira, que nem concorreu ao pleito, é filiado ao PSL, ex-partido de Bolsonaro.
Mais cedo, a Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) tinha chegado a comemorar nas redes sociais a nomeação de José Arnóbio como reitor. “Vitória da democracia! Após muita pressão e muita luta da comunidade acadêmica, o MEC de Bolsonaro recuou e o reitor eleito do IFRN, Professor Arnóbio, foi nomeado”, afirmava o pos
Reunião da diretoria
Na terça-feira (5/5), o Colégio de Dirigentes do IFRN teve uma reunião on-line, com a presença do reitor-pro tempore, professor Josué Moreira, a fim de discutir o funcionamento do instituto. Também foi debatida a "situação da nomeação do reitor eleito". O reitor pro-tempore explicou que poderia solicitar uma reunião ao MEC para esclarecimentos sobre a situação do IFRN. “Sou uma peça desse processo, mas não respondo por ele”, declarou, conforme relatório do instituto.
O diretor-geral pro-tempore do câmpus Parnamirim, Paulo Vitor Silva, informou que circulam mais de 150 notas de repúdio contra a nomeação pro-tempore pelo MEC. “Não é uma briga de Arnóbio. É uma reivindicação de estudantes, servidores e entidades que estão se indignando com essa situação temporária. Esperamos que se resolva logo”, frisou.
*Com informações do IFRN
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