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CEPE discute datas finais do calendário acadêmico

Decanato de Ensino de Graduação vai propor reinício retroativo do semestre a partir do último dia 20, com encerramento até 13 de outubro

postado em 30/08/2012 15:44
O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) se reúne nesta quinta-feira, 29 de agosto, para discutir as datas finais do calendário acadêmico do primeiro semestre de 2012. As datas finais foram suspensas pelos conselheiros, em reunião realizada em 31 de maio, como consequência da greve dos professores, iniciada dez dias antes. Com o fim da paralisação, definida pelos docentes em assembleia realizada em 17 de agosto e reafirmada em nova deliberação da categoria na última sexta-feira, o CEPE discute as novas datas.

O Decanato de Ensino de Graduação vai propor 20 de agosto como a data de retomada do semestre, mas defende que o final tenha quatro dias a mais para contemplar as disciplinas reiniciadas somente no dia 27, data da segunda assembleia de professores que deliberou pelo fim da greve. A decisão dos docentes foi tomada uma semana antes, mas houve questionamento de parte da própria categoria, que reuniu assinaturas e garantiu a convocação de uma nova assembleia, que confirmou a decisão anterior.

Com os dias extras, o semestre terminaria em 10 de outubro, de acordo com a proposta do Decanato. ;O intuito é respeitar os professores que recomeçaram as aulas no dia 20, sem prejudicar aqueles que só voltaram na semana seguinte;, explica José Américo Soares Garcia, decano de Ensino de Graduação.

A decisão sobre as datas finais é determinante para a definição, por exemplo, do calendário de formaturas e de matrícula dos calouros. Também define o início do próximo semestre. José Américo Garcia lembra que são necessárias, no mínimo, três semanas entre um semestre e outro para execução de atividades essenciais. Entre elas, a inserção das menções finais no sistema da Universidade, matrícula e ajuste nas disciplinas. ;A opção é encurtar os períodos de férias para voltar à normalidade o mais breve possível. A proposta que trazemos é a mais enxuta possível;, argumento o decano.

COMISSÃO ; Com o final da greve, caberá também ao CEPE apreciar as questões levantadas pela Comissão de Acompanhamento da Qualidade do Ensino, criada pelos conselheiros na mesma reunião que deliberou pela suspensão das datas finais. Até o momento, não foram registradas queixas formais de professores e alunos, segundo José Américo Garcia, que preside a Comissão, e Cristina Célia Silveira Brandão, professora do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental e integrante do grupo. ;Caberá ao CEPE definir se a Comissão continuará trabalhando. Os conselheiros podem manter a Comissão, criar outra ou tratar desta questão de um modo completamente diferente;, explica Cristina Célia.

A estudante da Faculdade de Medicina Camila Monteiro Damasceno, conselheira no CEPE e membro da Comissão instaurada, conta que tomou conhecimento de cerca de dez reclamações, todas de alunos que optaram por aderir à greve estudantil e disseram ter sofrido pressão dos professores que mantiveram as aulas. ;Questões como essas podem virar objeto de apreciação pela Comissão e pelo CEPE;, explicou.

Camila Damasceno também manifestou receio com a proposta de um calendário retroativo. ;A maneira como a greve terminou levantou muitos questionamentos. A volta às aulas foi conturbada. Por isso um calendário retroativo baseado no dia 20 de agosto é temerário;, disse.

Para a Cristina, a reunião terá ainda de tratar de questões que têm preocupado docentes e estudantes em seu departamento. Um deles, ela destacou, são os trancamentos de disciplinas de alunos com compromissos que os impedem de acompanhar a reposição das aulas. A professora tem conhecimento de cerca de cinco casos de estudantes que receberam bolsas de estudos para intercâmbio internacional e que se encontram atualmente fora do país.

Para ser deferida, a decisão do CEPE precisa contar com a aprovação da maioria simples dos quase 70 membros. Embora essa seja a regra, a tradição do Conselho é de aprovações por consenso ou unanimidade. ;Por conta dessa prática positiva de discussão, acredito que o CEPE não sairá dividido da reunião. Pode haver diferenças de opinião inicialmente, mas o Conselho é maduro e tende a decidir principalmente pela unanimidade, como fez quando da decisão de conhecer do movimento de greve;, afirmou Cristina Brandão, membro do CEPE desde dezembro de 2010.

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