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Novas instalações trazem segurança a dados da UnB

Com nova estrutura, UnB passa a ser a primeira instituição de ensino superior brasileira a armazenar e processar seus dados em sala-cofre de última geração

postado em 02/10/2012 19:57 / atualizado em 27/11/2020 11:30
Emília Silberstein/UnB Agência

“Hoje, os preciosos dados da Universidade de Brasília estão seguros”, disse nesta terça-feira, 2, com um suspiro de alívio, o coordenador do Setor de Segurança e Operação do Centro de Processamento de Dados (CPD) da UnB, Marcelo Karam. A gratificante sensação é justificável: após anos de funcionamento em um precário ambiente no subsolo do ICC Norte, o CPD foi transferido no último fim de semana de setembro para um prédio novo e arejado, construído em um trecho de cerrado ainda virgem do campus Darcy Ribeiro, em torno de um núcleo inteligente e fisicamente indevassável, o qual abriga todas as informações que, reunidas, sustentam o funcionamento da Universidade: uma sofisticadíssima sala-cofre. Com a mudança, a UnB se tornou a primeira instituição de ensino superior brasileira a armazenar e processar seus dados em uma estrutura como esta, de última geração.

A delicada e sofisticada operação que transferiu os equipamentos do CPD de suas antigas instalações ao novo prédio – que fica ao lado do Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe) – ocorreu ao longo de 30 horas ininterruptas de trabalho. A eficiência com que a operação foi realizada atesta o longo trabalho de preparação que o precedeu. “Há mais de 60 dias começamos a trabalhar nos preparativos para a mudança do último fim-de-semana”, afirmou o diretor do CPD Jacir Bordim, também professor do Departamento de Ciências da Computação da UnB – explicando que todos os equipamentos e conexões foram previamente catalogadas para garantir que a delicada transferência, em si, pudesse ocorre em tempo recorde. “Na verdade, esperávamos que a operação levaria cerca de 50 horas”, explicou, lembrando que “apesar de o CPD já estar em pleno funcionamento, ainda estamos atravessando um processo que implica em pequenos momentos de indisponibilidade”.

Para a catalogação, desconexão, desmontagem, remontagem e reconexão dos equipamentos – sem quaisquer perdas de informação –, o CPD contou com o trabalho de 25 pessoas: dez do próprio Centro e 15 da Aceco TI (), empresa especializada em operações deste tipo. A Aceco foi a responsável por instalar o núcleo do Centro – o cérebro da UnB – na sofisticada sala-cofre em torno da qual o novo prédio foi construído.

Emília Silberstein/UnB Agência
 

AMBIENSE SEGURO – “A sala-cofre – um ambiente estanque, hermeticamente fechado, no qual a presença humana é reduzida ao mínimo – oferece um local absolutamente seguro para os equipamentos e a informação, protegendo o CPD contra fogo, calor, umidade, gases, fumaça, magnetismo, pó e acesso indevido”, destaca Bordim.

O professor explica que o cofre suporta a inundação por uma lâmina d’água de até 1 metro de profundidade e a temperaturas externas até 1000°C. Qualquer faísca em seu interior é imediatamente detectada e apagada automaticamente; temperatura e umidade são monitoradas eletronicamente. Tudo é pensado para que a sala-cofre seja monitorada por fora, remotamente, sem a presença humana em seu interior. “É como o cofre dentro de um banco: poucas pessoas têm acesso a ele, e apenas em momentos muito específicos”, exemplifica o professor Bordim, reiterando que a sala-cofre só é aberta se houver necessidade de manutenção.

Se houver falta de fornecimento de energia elétrica, três enormes no-breaks seguram o fornecimento e, inteligentes, no caso de apagões mais longos, acionam um grupo gerador que é capaz de manter o CPD em funcionamento por até 10 horas.

No total, os equipamentos do CPD têm capacidade de armazenar 100 terabytes de informação. Bordim compara a sofisticada estrutura a um cérebro humano – com espaço para armazenar e processar o vasto universo de informações que compõem a história recente da UnB e de todos que passaram pela instituição desde meados da década de 1980. “Construímos esta sala-cofre porque os dados que estão armazenados aqui simplesmente não têm preço”, resume o diretor.

SUBSOLO – O CPD estava instalado no subsolo do ICC desde a década de 1990.  De acordo com o coordenador do Setor de Segurança e Operação, o ambiente era inadequado tanto para os equipamentos quanto para as pessoas que nele trabalhavam: não havia luz natural; a circulação de ar ocorria apenas por meio de aparelhos de ar-condicionado; e trabalhava-se sob os permanentes riscos de incêndio e inundação. A tensão era constante. “Tínhamos muita dificuldade em trabalhar naquele ambiente, sempre sob o grande risco de perder as informações e os equipamentos do CPD”, diz Marcelo Karam. “A meu ver, a Universidade correu o risco relativamente alto de perder seus dados preciosos naquela estrutura um tanto precária, que demandava constante atenção para evitar danos maiores”, completa. Para Karam, as novas instalações do CPD vão permitir ao Centro alçar vôos maiores, mais audazes.

Emília Silberstein/UnB Agência
 

Não por acaso, na primeira semana nessas novas instalações, o CPD já recebeu nesta terça-feira, 3, a visita de um grupo de especialistas da Universidade do Ceará, interessados em reproduzir o modelo recém-inaugurado na UnB. Sem dúvida a visita foi a primeira de muitas.

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