Pouco antes das 10h, alguns estudantes do 2; semestre do curso de engenharia de rede aguardaram os novatos na saída da aula e deram início ao trote, no prédio do Instituto Central de Ciências (ICC) Sul. As mochilas foram levadas de um C3 cinza, arrombado próximo à Faculdade de Tecnologia, para onde os estudantes foram levados. Os bandidos quebraram uma janela e levaram os pertences dos universitários.
No primeiro momento, alguns deles chegaram a achar que o sumiço do material ainda fazia parte da brincadeira, como foi o caso de Isabela Fernandes, 18 anos. ;Achei que ainda era o trote, mas quando vi o vidro quebrado, percebi que era verdade;, conta a estudante. Na mochila dela, tinha celular, dinheiro, materiais que ela havia comprado no fim de semana para o início das aulas, documentos. ;Já liguei para cancelar os cartões. Um belo primeiro dia de aula;, lamentou Isabela.
Raphael Pires de Melo, 18 anos, ficou preocupado com o fato de os documentos e as chaves do carro dele estarem na mochila. ;Para um primeiro dia, foi bem pesado;, afirma. Mãe dele, a servidora pública Chani Pires de Melo, 47 anos, saiu do trabalho e foi até a UnB tentar resolver a situação. ;Estou indignada. O trote me preocupa muito e, de uma forma ou de outra, sempre tem uma consequência negativa, como teve agora;, afirma.
Em relação à segurança, o coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da universidade, Davi Brito, afirma que a entidade está em contato com a Secretaria de Segurança para a criação de um batalhão universitário. ;O problema de segurança da universidade existe há mais de uma década. Com certeza, o crime mais comum é o furto em interior de veíulos, mas o mais grave são os estupros;, avalia Brito. De acordo com ele, a ideia está em fase de negociação entre a secretaria, o DCE e o Decanato de Assuntos Comunitários.
Quando o assunto é trote, o coordenador-geral do DCE, Otávio Torres, é enfático. ;Aceitamos quando ele é receptivo e respeitoso;, explica. No Câmpus Darcy Ribeiro, poucos cursos realizaram trotes na manhã de ontem em recepção aos 3.903 novatos.
Carolina Farias, 17 anos, é caloura de relações internacionais e recebeu um pré-trote. ;Nós fomos pintados, mas só teve uma apresentação. Os veteranos passaram até um termo de conscientização, dizendo que só participa quem quer;, afirma. Rodrigo de Souza, 17 anos, começou o curso de administração. Teve parte do cabelo raspado e pintado de rosa, além do corpo sujo de tinta. ;Passaram nas salas avisando que a participação era livre;, afirma.
Confira os vídeos dos trotes no primeiro dia de aula
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