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UnB tem baixo desempenho em cinco cursos no CPC 2011, mas não será punida

Revogação dos vestibulares só vale para cursos que já tinham sido avaliados negativamente em 2008

postado em 19/12/2012 14:34

A Universidade de Brasília (UnB) apresentou baixos índices na avaliação do Conceito Preliminar do Curso (CPC) de 2011 em cinco cursos: o de engenharia mecatrônica, licenciatura em letras, letras português, letras espanhol e letras japonês. Todos foram avaliados com nota 2, o que é considerado baixo. Mesmo assim, a UnB ainda está autorizada a abrir novas vagas para esses cursos já que é a primeira vez que a institituição apresentou desempenho ruim.

A instituição deverá seguir protocolos gerais conforme a exigência do MEC e, caso a baixa qualidade se confirme, pode ter a autonomia na administração dos cursos descritos suspensa até que consiga garantir um desempenho mais favorável. A suspensão da autonomia prevê o acompanhamento mensal do MEC ao longo de 2012 nos cursos que tiveram avaliação entre 1 e 2 em todo o Brasil.

A nota, que vai de 1 a 5, considera a infraestrutura e organização pedagógica do curso, além do corpo docente e da nota dos concluintes no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, o Enade, aplicado pelo órgão em 2011. No exame, a nota dos universitários dos quatro cursos de letras foi 1, considerada péssima.

O decano de graduação da UnB, professor Mauro Rabelo, explica que a avaliação feita ao curso de engenharia mecatrônica não representa a realidade. "No Enade, os estudantes foram bem. O índice caiu porque tivemos nota zero em corpo docente, o que cai o rendimento do curso. Mas a nota é irreal, é como se não tivéssemos professores", explica. Segundo Rabelo, engenharia mecatrônica conta com 46 professores, sendo 43 doutores. "Vamos entrar com recurso para a reavaliação do índice e, com certeza, vamos obter a nota máxima. Já estamos preparando o documento, e temos até 60 dias para emití-lo."

Já para as licenciaturas em letras, o problema é outro. "Já estamos estudando um plano de melhorias. É possível que o baixo desempenho dos alunos seja justificado por um boicote à prova do Enade, mas estamos apurando os detalhes", garante o decano. Rabelo explica que os alunos de licenciatura em japonês, português e espanhol tiveram que fazer a mesma prova, como se tivessem a formação idêntica. O professor menciona ainda que a universidade faz avaliação periódica dos currículos dos cursos, e que a formação em letras encontra-se atualizada e em conformidade às exigências do MEC.

"Estamos atentos à avaliação e buscaremos corrigi-la. A equipe que virá visitar a UnB a partir do ano que vem vai poder constatar que os cursos que tiveram baixo desempenho têm excelência na qualidade de ensino. Como o CPC reflete o ano de 2011, algumas melhorias já podem ter sido feitas em 2012, mas não foram computadas pelo índice", supõe Rabelo. [SAIBAMAIS]

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