Para participar da seleção, realizada em São Paulo, João Paulo tinha que apresentar um projeto capaz de mudar a vida de 1 milhão de brasileiros. Assim, o cientista da computação formado na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) apresentou o Prodeaf. A ferramenta foi criada para traduzir para Libras o conteúdo de sites e um aplicativo para celulares com o objetivo de intermediar a comunicação entre surdos e ouvintes.
João Paulo apresentou o Prodeaf para 12 jurados durante a seleção, disputada entre 130 inscritos. ;O programa oferece bolsas específicas para países em desenvolvimento. É tudo muito concorrido, mas eu conquistei a vaga do Brasil;, explica. Agora, os desafios serão numa escala maior.
O principal objetivo do GSP é desenvolver iniciativas que possam mudar positivamente a vida de 1 bilhão de pessoas. ;Vou trabalhar em um novo projeto criado lá mesmo;, explica João Paulo. E haja trabalho, pois quem faz parte do Global Studies Program praticamente não sairá do campus da Nasa. ;É muito intenso e rígido. Serão 10 semanas com aulas e treinamentos durante 13 horas por dia. Vou dormir, tomar café-da-manhã, almoçar e jantar por lá mesmo;, conta.
E o trabalho que ajudou João Paulo a chegar até o campus da Nasa não será deixado de lado. Enquanto o cientista estiver no GSP, as outras 11 pessoas que trabalham no Prodeaf seguirão desenvolvendo, melhorando e vendendo a ferramenta. ;Devo ir para os Estados Unidos uma semana ou 10 dias antes só para apresentar o Prodeaf a outros profissionais e investidores;, explica.
Perguntado sobre como conseguiu conquistar uma vaga em um dos programas mais disputados do mundo, João Paulo explicou que foi uma série de fatores. ;Desde a criação e desenvolvimento do Prodeaf, a apresentação do projeto na Campus Party Recife, a conquista de uma vaga na aceleradora de startups Wayra no Brasil. Com isso, apresentei aos jurados resultados concretos, que já tinham saído do papel. A soma desses fatores foram fundamentais;, conta.
Disputa
A vaga de João Paulo no GSP foi conquistada através do Call to Innovation, um concurso cultural criado pela Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap) em parceria com a Singularity University. O principal objetivo é promover o empreendedorismo. A iniciativa é aberta a todos os brasileiros e naturalizados, residentes no território nacional, acima de 18 anos e que estejam cursando ou já tenham concluído o ensino superior.