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Trote polêmico aconteceu na Faculdade de Direito no fim de março |
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) deve enviar nos próximos dias um documento para o Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR) para informar quais as medidas já foram tomadas para em relação ao trote polêmico que aconteceu na Faculdade de Direito. O caso ganhou repercussão nacional no fim de março deste ano, com duas fotos divulgadas em um perfil no Facebook que mostram uma estudante com o corpo pintado com tinta preta, acorrentada e puxada por um veterano. Em outra imagem, um jovem é amarrado em uma pilastra enquanto outros estudantes fazem a saudação nazista ao lado. Nesta segunda-feira, foi publicado, no Diário Oficial da União (DOU), uma moção de repúdio do conselho pedindo que a universidade tome as medidas cabíveis para apuração e penalização dos responsáveis.
De acordo com a vice-reitora da UFMG, Rocksane Norton, a nota do Conselho foi confeccionada durante uma reunião em 20 de março e somente divulgado nesta segunda-feira. ;A nota foi feita antes que a comissão tivesse tomado reconhecimento dos fatos. Estamos elaborando um documento explicando o que já foi feito em relação ao caso e devemos enviar para o Conselho nos próximos dias;, explica a vice-reitora.
Uma comissão de sindicância foi criada em 19 de março para apurar as responsabilidades do trote com conotações racistas e referência ao nazismo. A comissão tem 30 dias para fazer a investigação ouvir os envolvidos e elaborar um parecer. ;Se julgar necessário, a comissão pode pedir a prorrogação por mais 30 dias;, afirma Rocksane Norton. Caso fique comprovado os abusos por parte dos estudantes, eles poderão até ser expulsos da instituição.
Na nota divulgada no DOU desta segunda-feira, o CNPIR considerou que a fotos dos estudantes ;remete-nos à prática recorrente de menosprezo e depreciação da mulher negra;. Além disso destacou que ; a situação oportuniza a observação de diferentes elementos da ação racista, discriminatória: a depreciação da imagem da pessoa negra, que é representada como objeto de escárnio e menosprezo; a inferiorização e desumanização da estudante negra, pintada de piche e puxada pelo aluno branco por uma corrente atada ao pescoço da escrava.;
Por fim o conselho cobrou uma ação efetiva da universidade: ;considerando ainda que o Racismo é um crime inafiançável, o CNPIR exige que a UFMG tome as medidas cabíveis para a apuração e penalização dos responsáveis pelo ato de racismo cometido em uma de suas unidades de ensino.