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Estudantes cobram solução para crise em universidades privadas do Rio

postado em 10/04/2013 11:09
A situação delicada das universidades Gama Filho e Univercidade, pertencentes ao Grupo Galileo de Ensino, que vêm atravessando uma crise financeira, motivou no dia (9/4) protesto de estudantes ligados à União Estadual de Estudantes (UEE) e à União Nacional de Estudantes (UNE). Eles se reuniram na praça anexa à Igreja da Candelária, no centro da cidade, para denunciar a crise nas instituições. Segundo eles, o problema coloca em risco os empregos dos funcionários e o estudo de quase 60 mil alunos. A manifestação fez parte da Jornada Nacional de Lutas da Juventude Brasileira.

A crise no grupo de ensino já motivou inclusive a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que deverá apresentar seu relatório final no próximo dia 18. O presidente da CPI, deputado Paulo Ramos (PDT), evitou detalhar o conteúdo do relatório, mas adiantou que haverá indiciamentos.

;A situação é muito preocupante, porque os cursos foram interrompidos. Estamos fazendo um esforço grande, paralelamente aos resultados da CPI, na tentativa de que tudo volte à normalidade, respeitados os direitos dos trabalhadores e a ansiedade dos alunos, que querem ver os cursos tendo continuidade. Seguramente, vamos ter vários indiciamentos;, disse Paulo Ramos.

O vice-presidente da UNE no Rio, Edson Santana, também demonstrou preocupação com a crise financeira do grupo de ensino. ;Esta é a principal bandeira de lutas da UNE e da UEE no estado do Rio de Janeiro, no que diz respeito às universidades privadas. Temos acompanhado as mobilizações dos estudantes da Gama Filho e da Univercidade, prestando solidariedade aos funcionários dessas duas instituições. Hoje a gente percebe a necessidade de se regulamentar o ensino superior privado no Brasil. Não dá para grupos que são sociedades anônimas dizerem que vão administrar essas universidades e acabar por levá-las ao fundo do poço;, ressaltou Santana.

O secretário-geral da UEE, Ronald Luiz dos Santos, sugeriu uma atitude mais decisiva do Ministério da Educação. ;As universidades foram compradas pelo Grupo Galileo Educacional e, desde então, vêm demitindo professores, fechando campus, precarizando a educação e deixando os estudantes totalmente reféns da incerteza. Por isso, pedimos solução e intervenção do Ministério da Educação na questão, incluindo a estatização das universidades;, disse Santos.

A estudante Larissa Cristina Garcez, presidente da União Municipal de Estudantes Secundaristas (Umes) de Volta Redonda, defendeu uma solução imediata para a situação da Gama Filho e da Univercidade. ;As universidades particulares são importantes, porque, além dos movimentos estudantis, também abrigam movimentos sociais. A situação dos professores está muito precária, mas nós sabemos que existe dinheiro para pagá-los;, destacou.

A Universidade Gama Filho foi procurada por meio dos números telefônicos disponíveis em sua página na internet, que só davam sinal de ocupado. A atendente do número 0800, que é o mesmo da Univercidade, informou que não havia nenhum número telefônico disponível para entrar em contato com a assessoria de imprensa ou com a reitoria. Foi enviado um e-mail para o endereço repassado pela atendente, com pedido de resposta sobre o assunto, mas até o momento da publicação desta matéria não houve resposta.

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