De acordo com o decano de Ensino de Graduação, Mauro Rabelo, com a mudança, a universidade vai alcançar a meta de 25% das vagas anuais para o Enem - o Sisu também usa o exame como forma de seleção -, como decidiu a maioria das unidades acadêmicas. Esse percentual corresponde a quase 2,1 mil vagas. Os outros 25% permanecem para o PAS e 50% para o vestibular do meio do ano. Para ele, essa decisão democratiza e amplia o acesso à instituição e fortalece a avaliação processual adotada de forma pioneira pela UnB há mais de 10 anos. "Nós sinalizamos com isso o fortalecimento do PAS", afirma.
O decano lembra ainda que a discussão sobre a adoção do Enem teve início há três anos, quando o Ministério da Educação propôs que o exame fosse usado pelas universidades federais como critério para o ingresso dos estudantes. A proposta aprovado ontem pelo conselho começou a ser discutida no ano passado. "A universidade vai fazer, em breve, um edital para avisar a comunidade estudantil, para que aqueles que desejam ingressar na universidade se inscrevam no Enem, em maio", informa Rabelo.
O aluno do curso pré-vestibular do Galois, Leonardo Spolidoro, 18 anos, é contra a mudança. "No vestibular da UnB, os requisitos de avaliação são mais elevados que os do Enem. Por isso, se a UnB aprovar alunos pelo Enem, o nível dos estudantes da universidade pode cair, porque vai ser mais fácil passar."
Polêmica na UnB
Entre os universitários, a questão também é polêmica. Uma enquete realizada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) mostrou que a maioria dos universitários é contra a adoção do novo método. A estudante de arquitetura Juliana Carvalho, 19 anos, também não gostou da adoção: "O Enem é um sistema muito falho. Seu histórico não faz jus à UnB".
O calouro de design Pedro do Prado, 17 anos, que ingressou na UnB pelo Programa de Avaliação Seriada (PAS), reconhece que a mudança vai abrir oportunidades para muita gente, mas assim como Leonardo teme a queda no nível do alunos. "Eu concordaria se o Enem tivesse a mesma qualidade que o vestibular e o PAS".
Marina Ribeiro, caloura de biologia, não acredita que essa queda vai ocorrer. "Não acho que facilitar o acesso vai piorar a qualidade dos alunos, pois a própria UnB não permite". A estudante de 17 anos entrou na UnB sem responder nenhuma questão de matemática do vestibular. Marina, que frequentou a rede pública e sofreu com a falta de professores de matemática no ensino médio, pretende contratar um aluno do curso de exatas da UnB para superar eventuais dificuldades nas disciplinas. "Quem tem interesse, corre atrás", afirma.
, a lei n; 12.711, de 2012 (Lei de Cotas) ou às vagas destinadas às demais políticas afirmativas das instituições.
[SAIBAMAIS]