"Esse é o primeiro curso de Fonoaudiologia oferecido por uma instituição pública da região de atuação do Crefono 5", contou a coordenadora da graduação, Tatiana Lavich. O Crefono 5 é a região do Conselho Regional de Fonoaudiologia que abrange os estados do Amazonas, Acre, Amapá, Goiás, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e o Distrito Federal. Segundo Lavich, a carência do ensino público dessa área na região foi a justificativa para que a UnB lançasse o curso de bacharelado em Fonoaudiologia.
A oferta foi bem recebida. "Na primeira chamada de vestibular fechamos todas as vagas", conta Diana Pinho, diretora da FCE. Para a próxima turma, a administração do curso pretende aumentar o número de oportunidades. "Teremos 18 vagas para o PAS, e 18 para o vestibular tradicional", conta Lavich.
MERCADO DE TRABALHO
Durante a aula inaugural, o fonoaudiólogo e representante do Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa) Jaime Luiz Zorzi apresentou aos estudantes dados do Ministério da Saúde que mostram o déficit de fonoaudiólogos no país. "Atualmente, temos 1,4 por mil habitantes. O ideal seriam 2,7 profissionais", afirma. Zorzi também afirma que os fonoaudiólogos não conhecem a abrangência da atuação e, por isso, algumas áreas ainda sofrem com a carência de profissionais.
O representante do CFFa explica que os cursos de Fonoaudiologia abasteceram o mercado da Saúde e esqueceram da possibilidade de trabalho na área de Educação. De acordo com Zorzi, o fonoaudiólogo escolar deve trabalhar em parceria com professores e atender crianças que apresentam alterações na comunicação oral ou escrita. "Estamos fazendo uma campanha muito grande para levar gente às escolas e redes educacionais", declara. "Temos mais de três milhões de crianças com deficiência que precisam de atendimento em fonoaudiologia", completa.
A caloura Vanessa Silva Pinto, 17, gostou do que ouviu no evento. "Estou empolgada. São poucos profissionais e muito mercado de trabalho", disse. A estudante sonhava em cursar Fonoaudiologia e deu a sorte de o curso ter sido ofertado no primeiro vestibular que prestou. Já Rafaelle Teófilo, 25, teve de esperar um pouco mais. "Eu sempre quis essa área. Comecei na Uniplan e estava aguardando a oferta do curso pela UnB", contou. A jovem se diz empolgada com as novidades do curso na FCE.