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Cerca de 50 estudantes da Universidade Gama Filho ocupam prédio do MEC

Manifestantes pedem intervenção da pasta por causa de atrasos no pagamento de funcionários e suspensão de vestibular

postado em 07/01/2014 14:55

Parte do grupo ficou do lado de fora cuidando da bagagem dos estudantes que ocuparam o prédioUm grupo de aproximadamente 60 estudantes da Universidade Gama Filho (UGF), do Rio de Janeiro, chegou a Brasília nesta terça-feira (7/1) para reivindicar intervenção do Ministério da Educação (MEC) na instituição, que teve três greves de professores e funcionários no último ano por causa de atrasos no pagamento dos salários. Cerca de 50 alunos ocuparam o auditório do prédio do ministério e tiveram uma reunião com o secretário executivo da pasta, José Henrique Paim. A partir das 15h, parte dos estudantes seguiu para o Ministério Público para reunião com um procurador. Outros 10 manifestantes estão do lado de fora do Ministério da Educação, onde oito policiais reforçam a segurança do edifício.

De acordo com a estudante do 6; semestre de medicina da universidade, Tamirys Cerutti, 22 anos, os estudantes prepararam a viagem a Brasília há cerca de uma mês. Ela afirma que os professores não recebem salário desde de agosto e ainda assim alguns deles continuam dando aula para tentar completar a grade horária. No segundo semestre, segundo ela, apenas 50% da grade horária foi completada. O objetivo do grupo é conversar com o ministro Aloizio Mercadante. Eles afirmam que só vão sair do prédio com solução do problema. "Em mais de dois anos de luta, o ministro nunca nos atendeu, inclusive a gente tinha uma audiência marcada no início de 2013 e ele não compareceu porque foi inaugurar uma retroescavadeira no Pará", diz a estudante Tamirys.

Entenda o caso
Em dezembro de 2013, o MEC instaurou processo administrativo contra a Universidade Gama Filho e o Centro Universitário da Cidade (UniverCidade), ambos mantidos pela Galileo Administração de Recursos Educacionais desde 2012. Leia sobre a questão. Até que o processo seja concluído, as duas instituições não poderão abrir novos cursos, ampliar o número de vagas existentes ou receber novos alunos por meio de vestibular, outros processos seletivos ou transferências. Estão suspensos ainda novos contratos de Financiamento Estudantil (Fies) e de participação em processo seletivo para oferta de bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni), além de restrição de participação no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

[SAIBAMAIS]Segundo a assessoria de imprensa do MEC, a instituição tinha até 6 de janeiro para entregar um plano de melhorias. A Universidade entregou o documento na última sexta-feira (3/1) e, agora, aguarda análise do MEC. O Ministério poderá decidir pelo descredencimanto da instituição se julgar necessário. O MEC não tem um prazo definido para dar a resposta, mas de acordo com a assessoria de imprensa, deve dar prioridade para a resolução do caso.

Em julho, os estudantes da Gama Filho também protestaram e acamparam na reitoria da instituição. Em agosto, o MEC já havia aplicado medida cautelar determinando a suspensão do vestibular para admissão de novos alunos e a transferência de estudantes da graduação e da pós-graduação em relação às duas instituições, que voltou a ser autorizado em outubro, a partir do pagamento dos salários dos professores e funcionários e foi retomada a normalidade acadêmica.

Ao assumir a gestão operacional e educacional das duas instituições, o grupo Galileo se comprometeu a oferecer ;um novo conceito em educação e saúde", que consistiria em valorizar o professor, oferecer ao estudante melhor qualidade de ensino, investir em novas tecnologias e na produção científica, adequar a infraestrutura aos novos cenários de ensino e reformular a área administrativa de suporte ao ambiente acadêmico e garantir aos estudantes um projeto de educação que tem como fundamento a busca contínua pela qualidade, com prioridade para a produção e consolidação do conhecimento. O Eu, Estudante tentou entrar em contato com a Galileo, mas ainda não obteve retorno.

Colaborou Mariana Niederauer

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