O evento faz parte de um circuito de palestras que a empreendedora está ministrando pelo país, em parceria com a empresa de auditoria, consultoria tributária e societária e de negócios PwC e, no caso da UnB, com a Empresa Júnior de Engenharia de Redes e Comunicação (Engenet). Segundo Bel, o foco é mostrar aos brasileiros o que é e as possibilidades que empreendedorismo oferece. Ela conta que só descobriu o significado dessa palavra quando saiu do país e que, apesar de o trabalho dos brasileiros ser muito valorizado no exterior, pouco se ouve falar em empresas instaladas no país lá fora.
Por isso, na volta ao Brasil, Bel criou a escola de empreendedorismo FazINOVA, inaugurada este ano, que oferece cursos presenciais e on-line para preencher a lacuna entre o que se aprende na escola e o que o mercado demanda. “O principal objetivo é descobrir, desenvolver e conectar talentos. Queremos mostrar que é possível trabalhar com aquilo que se gosta e com competências mais amplas”, diz. Bel diz que o número de empreendedores individuais vem crescendo no país. “O brasileiro cansou de ter um papel secundário, quer ser um protagonista”, afirma.
A palestra inclui um relato sobre como foi estudar em Massachussets Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, a segunda melhor universidade do mundo, atrás apenas da de Harvard, de acordo com o ranking Times Higher Education de 2014. Na época, Bel tinha apenas 17 anos. “Gosto de contar minha história, pois, com ela, consigo mostrar que temos mais controle das nossas oportunidades de vida do que imaginamos”, relata.
O estudante do 10º semestre de engenharia elétrica da UnB Alan Andrade, 24 anos, conta que o interesse pelo empreendedorismo veio da participação em uma empresa júnior na universidade e do exemplo familiar. “Essa palestra veio a calhar, pois estou no último semestre e o mercado está cada vez mais próximo. Conhecer a experiência dela foi inspirador”, diz. E o jovem aprendeu uma lição: não esperar as oportunidades caírem no colo e correr atrás dos próprios objetivos. “Acho que o empreenderidmo não é apenas abrir uma empresa ou criar uma marca, mas também ter uma ideia que mude a vida das pessoas”, ensina Bel.
O evento atraiu espectadores de todas as idades e também pessoas que trabalham na área. Ricardo Rivera, 57 anos, é consultor empresarial desde 2002 e foi ao encontro para conhecer a empreendedora. Ele soube da trajetória de Bel e passou a acompanhar o trabalho dela, por meio dos livros que Bel escreveu. “Se 5% das pessoas reunidas conseguirem captar algo do que ela disse, já será um avanço”, ressaltou Ricardo.
Trajetória
Depois de estudar no MIT (leia Para saber mais), Bel, que tem apenas 26 anos, ficou nos Estados Unidos e trabalhou nas gigantes da área tecnológica, como a Microsoft e o Google. A chegada ao Vale do Silício, na Califórnia, berço das startups — empresas conhecidas por gerarem inovações tecnológicas em um espaço curto de tempo —, foi o que despertou o espírito empreendedor da jovem. Em parceria com outros dois latino-americanos, ela abriu a Lemon e lançou um aplicativo para smartphones que foi baixado por mais de 1 milhão de usuários em três meses. Desde então, já lançou dois livros: A menina do Vale e Procuram-se super-heróis, nos quais conta sua experiência como empreendedora.

Colaborou Mariana Niederauer
Preparação
A FazINOVA já conta com mais de 25 mil inscritos. Atualmente, estão disponíveis três cursos on-line gratuitos, dois com as lições dos livros que a empreendedora publicou e um mais técnico, sobre canvas (ferramenta estratégica e empresarial) de modelos de negócios. Informações: escola.fazinova.com.br.
Para saber mais
Líder em tecnologia
O Instituto de Tecnologia de Massachusetts é um centro universitário de educação e pesquisa privado localizado em Cambridge, Massachusetts, nos Estados Unidos. A instituição é uma dos líderes mundiais em ciência e tecnologia, bem como outros campos, como administração, economia, linguística, ciência política e filosofia. Dentre seus preeminentes departamentos e escolas, destacam-se: Sloan School of Management, Lincoln Laboratory, Computer Science and Artificial Intelligence Laboratory, Media Lab e Whitehead Institute. O MIT já produziu mais de 70 prêmios Nobel, oito dos quais são membros do seu corpo docente atual.
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Colaborou Mariana Niederauer