As opções apresentadas são: manter a política atual, que destina 20% das vagas do vestibular a candidatos negros; reduzir esse percentual para 5%, que é a posição do comissão criada para debater o tema; e extinguir o sistema de cotas raciais, adotando apenas a Lei de Cotas Sociais para Escolas Públicas, que inclui reserva de vagas para negros.
A votação estava quase começando quando alguns alunos pediram a palavra. Os participantes estão divididos, algusn defendem a manutenção do sistema da maneira como está, outros apoiam a decisão da comissão e pedem a redução para 5% das vagas do vestibular.
O vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) no Distrito Federal, André João Costa, pediu que a votação seja feita em duas partes: primeiro pela manutenção ou não das cotas e depois, caso os conselheiros decidam manter o sistema, seja decidido que percentual adotar - se os 20% atuais ou os 5% sugeridos pela comissão de avaliação do sistema.
Decisão adiada
A deliberação estava marcada para 13 março, mas foi adiada a pedido de estudantes, que reclamaram da falta de espaço para que os estudantes e a comunidade externa participassem das discussões sobre o tema. Antes do início da reunião, um grupo de aproximadamente 100 estudantes se reuniu para debater a proposta da universidade e decidiu pedir um prazo maior para a votação. Os outros conselheiros votaram a favor do adiamento.
Em 21 de março, cerca de 150 alunos, professores e servidores da UnB participaram de audiência pública, para discutir o futuro das cotas raciais na instituição. O relatório Análise do Sistema de Cotas para Negros na Universidade de Brasília, elaborado por uma comissão designada pela reitoria, foi usado como base para o debate. O estudo aborda dados sobre rendimento acadêmico, número de cotistas formados e quantitativo da população negra.
Na Faculdade de Direito, o conselho do curso se reuniu e aprovou uma comissão para avaliar a possibilidade de instituir cotas para a pós-graduação e para o concurso de docentes, como contou a professora Alejandra Pascoal. Atualmente, as únicas pós-graduações da instituição que têm reserva de cotas para negros são as dos cursos de sociologia e de antropologia.
Entenda o caso
O sistema de cotas raciais foi implantado na UnB em 2003 e, de acordo com a proposta inicial, deve ser reavaliado a cada 10 anos. Em fevereiro deste ano, a comissão designada para analisar as perspectivas futuras da ação, montada em 2013, apresentou o resultado do trabalho.
Em 2007, quando apenas um dos irmãos gêmeos foi aprovado para concorrer no vestibular por cota, a forma de avaliação foi transformada e passou a exigir entrevista pessoal. O sistema foi considerado constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em julgamento que ocorreu em 2012.
Colaborou Mariana Niederauer
[SAIBAMAIS]