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Alunos desocupam a Reitoria

O grupo de 50 estudantes que estava no local desde a última quinta-feira deixa o prédio após o reitor assinar documento no qual promete rever processo contra alunos. Policiais militares não precisaram intervir

postado em 11/06/2014 10:35

Ivan Camargo assina carta se comprometendo a reavaliar o processo que reconhece os envolvidos no catracaço

Após seis dias de ocupação da Reitoria da Universidade de Brasília (UnB), os manifestantes mascarados decidiram deixar as dependências do prédio. Apesar da presença de um oficial de Justiça e de policiais militares no local, o grupo de 50 estudantes só aceitou liberar a área depois de presenciar a assinatura de uma lista de reivindicações pelo reitor da instituição, Ivan Camargo. O documento é resultado de um longo dia de negociação com a intervenção da Defensoria Pública da União (DPU).

Os manifestantes encapuzados começaram a deixar a reitoria por volta das 20h: saída pacífica

No início da noite de ontem, a oficial de Justiça Conceição Leal esteve no edifício e pediu o cumprimento da ordem de reintegração de posse emitida pela 9; Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal na sexta-feira. ;Viemos para dialogar com os alunos para desocupar a área e evitar qualquer tipo de confronto;, esclareceu. Os estudantes começaram a deixar o local por volta das 20h, depois de passarem um tempo na rampa de acesso ao gabinete do reitor. Dessa forma, a força policial não foi necessária.

Um incidente, no entanto, aconteceu pouco antes da assinatura do documento redigido pelos manifestantes, que organizaram uma comissão de cinco integrantes. Entre eles, havia quatro encapuzados, e Ivan exigiu que mostrassem o rosto para rubricar a proposta. Três tiraram as máscaras, mas uma estudante, em protesto, tirou a roupa. O reitor não estava no local nesse momento. Nenhum integrante do movimento quis dar entrevistas. O Correio circulou pela Reitoria e não identificou danos aparentes no local. Apenas algumas câmeras estavam viradas e tampadas.

[SAIBAMAIS]Entre as principais reivindicações dos mascarados, está o arquivamento do processo administrativo contra os oito estudantes que participaram do catracaço, quando protestaram contra a terceirização do Restaurante Universitário (RU). Com a assinatura da proposta, o reitor se comprometeu a rever o caso com a participação da DPU. Também manterá aberto o debate sobre a regularização institucional e a localização dos centros acadêmicos.

Folha de pagamento

Antes da desocupação, ainda pela manhã, os manifestantes se reuniram em assembleia aberta somente aos estudantes da UnB. Cerca de 150 pessoas passaram mais de três horas discutindo, a portas fechadas, os rumos do movimento. Entre eles, estava o defensor público federal Heverton Gisclan, que auxiliou os alunos na construção do documento com as principais propostas. Mais cedo, ele e o reitor da universidade, Ivan Camargo, encontraram-se para estabelecer possíveis soluções. O defensor afirmou que assistirá os estudantes, judicialmente, em qualquer necessidade. Além dele, representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) participaram da assembleia, mas não se pronunciaram, apesar de contrários à invasão.

Também pela manhã, após uma negociação entre os manifestantes e representantes da reitoria, os alunos desbloquearam a rampa que dá acesso ao Departamento de Gestão de Pessoas (DGP), responsável por rodar a folha dos professores, funcionários e bolsistas de assistência social e monitoria. Dessa forma, o pagamento pode ser feito sem atrasos. Em troca, a água e a luz do prédio foram restabelecidas.

;Justa ocupação;

Um texto circulou ontem entre os estudantes que participaram da assembleia promovida no início da tarde de ontem pelos mascarados. Intitulado Viva a justa ocupação da reitoria, o documento apresenta as principais reivindicações
do movimento, além das justificativas do ato.


Reivindicações os estudantes

; Pedem o arquivamento do processo administrativo contra os oito estudantes identificados por participar do catracaço, protesto contra a terceirização do RU

; Pedem o arquivamento de processos administrativos contra os centros acadêmicos e alegam que o procedimento para realizar festa é burocrático a ponto de impedir a realização dos eventos

; Questionam por que as moradias da Casa de Estudante não foram regularizadas e, dessa forma, não puderam ser liberadas aos universitários

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