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Projetos brasileiros ganham destaque em prêmio internacional

Iniciativas de Manaus (AM) e de Natal (RN) são reconhecidas

postado em 26/06/2014 19:12

Dois projetos brasileiros ficaram entre os três melhores do prêmio Here For Good, promovido pela Laureate International Universities desde 2012 para estimular estudantes e professores a atuar em projetos socioeconômicos que transformem seus países para melhor.

O professor Maurício Galvão foi reconhecido pelo PROTransplante, projeto de atendimento multidisciplinar aos transplantados potiguares.PROTransplante
Um dos finalistas do prêmio foi o professor Maurício Galvão, que atua no projeto PROTransplante, destinado a melhorar a recuperação de pacientes transplantados do Rio Grande do Norte. O projeto é uma iniciativa da organização não-governamental Instituto do Bem em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade Potiguar (UnP), de Natal (RN).

Desde o início do PROTransplante, em 2012, mais de 100 pessoas foram beneficiadas. Por meio de um atendimento multidisciplinar, os pacientes que passam por transplantes apresentam uma recuperação mais rápida, com maior ganho em qualidade de vida. Além de atendimento em enfermagem, serviço social e odontologia, o programa oferece auxílio em nutrição, fisioterapia, terapia ocupacional e psicologia. Para este ano, o projeto pretende incorporar também atendimento em fonoaudiologia e farmácia.

Segundo o professor Maurício Galvão, na maioria dos casos, os transplantes são renais e os pacientes têm grande dificuldade de retomar o convívio social. ;Como esses pacientes costumam ficar vários anos fazendo hemodiálise durante várias horas por dia, eles acabam deixando de trabalhar e de conviver com amigos de familiares. Quando chega o transplante, ele precisa de uma terapia ocupacional, por exemplo, para voltar a construir um projeto de vida;, explica o professor Galvão.

Com o prêmio Laureate, o projeto ganhou prestígio internacional e apoio para continuar a se expandir. ;Foi um grande reconhecimento do nosso trabalho, ainda mais por concorrermos com projetos muito grandes de outros países. O prêmio nos dá forças pra continuar trabalhando;, conta o acadêmico.

No centro, de amarelo, a professora Lanny Uchôa é reconhecida pelo movimento Pedala Manaus, que incentivar a adoção da bicicleta como meio de transporte na capital amazonense.Pedala Manaus
Também como finalistas do prêmio, ficaram a professora Lanny Uchôa e Mayk Ferreira, estudante do 3; semestre de administração, ambos do Centro Universitário do Norte (UniNorte) de Manaus (AM). A dupla integra o movimento Pedala Manaus, projeto que surgiu em 2010 com o objetivo de promover o uso da bicicleta como meio de transporte na capital amazonense.

O Pedala Manaus começou com seis amigos que pedalavam à noite pela capital. A partir dos primeiros passeios, os amigos perceberam que Manaus não tinha infraestrutura suficiente para que os moradores adotassem a bicicleta como meio de transporte, além de lazer ou esporte.

Com esse objetivo, o movimento promoveu aulas para mais de mil professores do ensino fundamental manauara sobre o uso da bicicleta no dia a dia, além do passeio ou do esporte. O grupo também promove passeios urbanos e atividades que ensinam as pessoas a pedalar pela cidade, além de pressionar o governo a melhorar a infraestrutura local. Atualmente, o movimento conta com mais de 4 mil adeptos e incentivou a formação de 40 grupos de ciclistas em Manaus e nas cidades próximas.

Segundo a professora Lanny Uchôa, o prêmio Laureate é importante para dar publicidade ao projeto Pedala Manaus. ;Qualquer visibilidade tem um reflexo muito grande nas ações governamentais, para que a sociedade entenda e acolha esse novo ator do trânsito que é a bicicleta. Agora, por exemplo, está sendo construída a primeira ciclovia de Manaus;, explica.

Aos 21 anos, Mayk considera que o reconhecimento internacional motiva os voluntários e traz apoio ao movimento. As ambições para o futuro são grandes . ;A gente quer manter o projeto e conseguir fazer ainda mais. O prêmio ajuda porque a gente depende menos da prefeitura para fazer campanhas educativas, atingir mais ciclistas e mobilizar as pessoas que só dirigem carros;, argumenta.

O Projeto Puno ficou com o primeiro lugar do prêmio Here For Good, por desenvolver moradias sustentáveis para a população de baixa renda da província do Peru.Vencedor
Nesta edição, o grande vencedor do prêmio veio do Peru. O Projeto Puno foi desenvolvido pelos estudantes Ana Loayza e Mauricio Gilbonio, da Universidade Peruana de Ciências, e tem o objetivo de construir casas com tijolos tradicionais peruanos equipados com estufas para substituir as casas de barro improvisadas da Província de Puno.

Além de aquecer o ambiente, as estufas permitem que os peruanos de baixa renda cultivem alimentos e diversifiquem a dieta, quase toda à base de carne. Os estudantes foram agraciados com 10 mil dólares, quantia que deve ser investida no Projeto Puno.

Para conhecer outros projetos premiados, acesse o site da .

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