Jornal Correio Braziliense

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Vestibular Cidadão está com inscrições abertas até quarta-feira (23)

Cursinho pré-vestibular ajuda alunos do ensino médio público a entrar na UnB

O Vestibular Cidadão, cursinho pré-vestibular organizado por alunos da Universidade de Brasília (UnB), está com inscrições abertas até 23 de julho. A fim de contribuir pela redução da desigualdade social, o projeto auxilia estudantes de baixa renda a acessar o ensino superior. Alunos que concluíram o ensino médio na rede pública podem concorrer a uma vaga do cursinho, totalmente gratuito.

No vestibular do primeiro semestre deste ano, 34 alunos do projeto garantiram vagas na UnB. A taxa de aprovação foi de 61,81%, ou seja, mais da metade dos alunos que estudam no cursinho gratuito passam no vestibular. Dos 34 aprovados, um foi selecionado em medicina e outros 3, em engenharias diversas.

até 23 de julho. É preciso pagar a taxa simbólica de R$ 10, destinada a cobrir os custos da prova de seleção, que ocorre em 26 de julho. No dia seguinte (27), os candidatos serão entrevistados por membros da equipe do cursinho. A divulgação da lista de aprovados será em 29 de julho, às 18h, mas a data pode sofrer alterações. No sábado, 2 de agosto, os aprovados vão assistir a uma aula inaugural para conhecer a dinâmica do projeto, e na segunda (4), começam as aulas regulares do cursinho.

De segunda a sábado, o Vestibular Cidadão oferece cinco aulas diárias das matérias que caem no vestibular. Os aprovados podem participar da turma diurna, cujas aulas são das 14h às 18h, ou da noturna, com aulas de 18h15 a 22h. Durante a semana, as aulas são ministradas no Centro de Ensino Médio Elefante Branco (Cemeb). No final de semana, as aulas ocorrem na UnB. Os alunos do diurno assistem às aulas no período matutino e os do noturno, no vespertino.

História
Com o trabalho voluntário de 44 professores, mais as doações de livros e apostilas recebidas por centros acadêmicos, paróquias, ex-alunos que acabaram de passar na UnB e outras pessoas que entram em contato com o projeto, o Vestibular Cidadão ajuda estudantes carentes a realizar o sonho de estudar na UnB desde 2003.

Criado por alunos do curso de relações internacionais da UnB, o Vestibular Cidadão adota uma abordagem de ensino mais próxima dos conceitos de Paulo Freire para dialogar com os alunos que vêm do Plano Piloto e de cidades satélites como Samambaia, Ceilândia, Guará e Valparaíso. Rubenilson Cerqueira, 24 anos, é mestrando do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (Ceam) da UnB e diretor de ensino do Vestibular Cidadão. Segundo ele, o envolvimento de professores e alunos é o grande diferencial do projeto. ;Aqui, os professores acompanham os alunos, apresentam as políticas sociais da UnB e ajudam no que for preciso. É quase um apadrinhamento, porque a nossa intenção é formar cidadãos. É muito comum os alunos passarem no vestibular e virarem professores daqui;, explica. Além disso, os professores organizam doações de sangue, agasalhos e alimentos, a fim de estender o trabalho voluntário para a comunidade.

A fim de direcionar os estudos para a aprovação, o Vestibular Cidadão planeja as aulas de acordo com dados estatísticos sobre o conteúdo que mais caiu nas provas do vestibular da UnB e do Enem nos anos anteriores. Mas os alunos do cursinho não precisam se limitar à seleção da UnB. De acordo com Rubenilson, ex-alunos do Vestibular Cidadão já foram aprovados em instituições de ensino como a Universidade Federal de Goiás (UFG), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).

Priscilla Dalledone, 26 anos, é mestranda do Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas (LIP) da UnB e atua como professora do Vestibular Cidadão há cinco anos. ;Eu amo o projeto porque ele une três amores que eu tenho: lecionar, a língua portuguesa e ser útil no mundo;, conta. Priscilla diz que é muito gratificante comemorar a vitória com os alunos aprovados e destaca as oportunidades que o projeto oferece para quem deseja dar aulas. ;É uma chance muito grande de crescimento pessoal. Os meninos aqui realmente querem estudar e, quando eles vencem, isso nos motiva a continuar trabalhando;, explica.