Hoje foi o dia de sorte da gata filhote adotada pela estudante Bruna Reis, de 17 anos. Com o aval da mãe, Bruna levou o bichinho para morar com a família em um apartamento. A gata ainda não tem nome, mas a dona promete cuidar dela direitinho. ;Tem muito tempo que eu quero um gato. É bem melhor adotar que comprar, porque tem muitos precisando de ajuda;, conta Bruna. Para ela, outra vantagem da adoção é a ausência de custo para adquirir o animal. ;Prefiro adotar porque comprar é muito caro;.
Além de adotar animais, visitantes também doaram sacos de ração e outros itens úteis aos pets. Regina e Clarice Freitas, mãe e filha, de 60 e 26 anos, costumam frequentar feiras de adoção para ficar em contato com animais e ajudar com doações. No último domingo (19), a cachorra da família faleceu e sobraram sacos de ração para cerca de um mês. ;Íamos perder vários sacos de ração, até coleiras dela, que estavam guardados em casa. A gente trouxe tudo para o pessoal aproveitar;, explica Clarice.
Em busca de um companheiro animal, o programador Yuri Guzon, de 23 anos, não perdeu a oportunidade de ir à feira. ;Sempre quis ter um cachorro e acho admirável a atitude dos alunos. Com a feira, eles dão uma chance para cães e gatos acharem um lar;, avalia. Ao conhecer feiras de adoção, Yuri desistiu de comprar cachorros com pedigree. ;Eu até cogitei pagar por um animal de raça, mas mudei de opinião. Prefiro pegar esses cachorros que precisam tanto de ajuda;, explica. Indeciso sobre a decisão de adotar, Yuri diz que a tentação é grande. ;Eu moro em um apartamento, não sei se o ambiente é propício para cuidar de um cachorro como ele merece. Preciso pensar bem e ter certeza de que posso me dedicar a ele;, relata.
Além de beneficiar cães e gatos, a feira oferece oportunidade de crescimento para os 45 universitários e os 20 voluntários que participam da organização. Os estudantes participam como atividade obrigatória da disciplina de Atendimento e Planejamento de Campanha, ministrada pela professora Andréa Cordeiro no 6; semestre do curso de publicidade e propaganda. Porém, a participação não é restrita. Qualquer pessoa que entrar em contato com a turma pode participar como voluntário, pelo prazer de ajudar com a causa da proteção aos animais.
Com a orientação da professora Andréa, os estudantes da turma se organizaram em seis áreas de atuação para realizar o projeto: atendimento, criação, mídia, produção, prospecção de patrocínio e fotografia. Cada área foi coordenada por um estudante, que liderou o trabalho dos demais colegas e solicitou ajuda de voluntários quando necessário. A estudante Marcela Maestrali, 20, foi escolhida como gerente da feira e liderou a equipe como um todo, ao lado da professora Andréa.
Segundo Marcela, organizar o projeto Adote um Bichinho é um diferencial no currículo e chance importante de conhecer melhor as exigências do mercado de trabalho na área de publicidade. ;Para nós, é importante saber lidar com eventos. E a chance de errar na faculdade para acertar depois de formar é muito importante. Aqui, conhecemos todos os passos e aprendemos a trabalhar em equipe;, explica.
Alice Guimarães, 22, liderou a equipe de atendimento e estruturou a parceria com ONGs e protetores independentes de animais. Segundo ela, os mais novos são adotados mais rapidamente e, embora tenham menos chances de serem adotados, os mais velhos também podem conseguir um lar. ;As pessoas acham que não tem como educar tanto os adultos, mas eles também são muito dóceis. Os cachorros só querem atenção. Eles pulam em você, abraçam, beijam, são muito carinhosos;, relata.
A protetora independente de animais Inês Portela ressalta que maus tratos, abandono e até assassinato de animais são crime. ;Os protetores fazem de tudo para ajudar os animais. Levam para casa, encontram adotantes, tudo o que dá. Mas se o governo não educar a sociedade para a causa ambiental e humanitária, a gente nunca vai dar conta;, reclama.