Jornal Correio Braziliense

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UnB recebe a primeira Parada do Orgulho LGBT nesta quarta (24)

Evento é organizado pela comunidade LGBT da universidade com apoio da Diretoria da Diversidade da Universidade de Brasília

Cerca de 400 pessoas participaram da primeira Parada do Orgulho LGBT da Universidade de Brasília (UnB) nesta quarta-feira (24) . A iniciativa foi da comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT), a convite da Diretoria da Diversidade da Universidade de Brasília (DIV), órgão vinculado ao Decanato de Assuntos Comunitários (DAC). O evento começou às 12h no teatro de arena do câmpus Darcy Ribeiro, na Asa Norte, e teve apresentações artísticas e musicais, além de debate e eleição da Comissão de Gestão e Monitoramento do Programa de Combate à LGBTfobia da UnB.

Segundo um dos organizadores do evento, o estudante de sociologia Pedro Magalhães, 20 anos, o objetivo da parada é retomar as atividades da Comissão de Combate à Homofobia, que foi criada em 2012, mas acabou não sendo efetivada. ;É preciso romper com a ideia de que a universidade vive numa bolha. Já aconteceram vários episódios de homofobia na UnB. Precisamos mostrar que estamos aqui;, defende.


A programação começou com apresentação do grupo musical Comboio Percursivo no teatro de arena. Depois, os estudantes seguiram pelos corredores do Instituto Central de Ciências (ICC) até o Restaurante Universitário (RU) cantando ;eu beijo homem, beijo mulher, tenho direito de beijar quem eu quiser; e ;pula, sai do chão, quem é contra a opressão;. Depois da passeata os participantes foram ao Anfiteatro 10, onde foram realizadas as demais atividades.

;Vim para o evento porque acho importante a representatividade", diz o estudante de história Mateus Siqueira, 19 anos. "A gente está vivendo um momento político preocupante para minorias, estamos sendo muito perseguidos e precisamos ter visibilidade;, opina.

O estudante de geografia Ruan Ítalo, 19 anos, conta que já foi vítima de homofobia na universidade: "Eu estava vestindo uma saia. Um grupo esperou eu passar, ficou em silêncio e depois caiu na gargalhada. Isso me assustou um pouco, porque esperava ter mais visibilidade na universidade".

Claudia Soares, 21 anos, atualmente estuda pedagogia já sofreu com lesbofobia: "Quando cursava ciência contábeis, fui agredida verbalmente por colegas por ser lésbica. Já fui em happy hours na UnB com minha namorada em que homens ficavam tentando entrar no meio e perguntando se poderiam participar".

"Sou hétero e simpatizo com a causa, porque tenho amigos gays e bissexuais que são marginalizados. É desnecessário ficar colocando as pessoas em caixinhas", afirma Rodrigo Ruperto, estudante de história, 19 anos.

Confira a programação: