postado em 03/09/2015 16:23
Cinco estudantes da Universidade de Brasília foram selecionados para competir na Copa do Mundo de Startups Universitárias, que ocorre em Copenhague, na Dinamarca, de 14 a 18 de setembro. A competição oferece mentoria, workshops e encontros com financiadores para os participantes. Quem vencer leva 100 mil dólares para que a startup, empresa recém-criada com ideias inovadoras na área da tecnologia, tire o projeto do papel.Com uma impressora 3D, a InovaHouse 3D quer construir casas para famílias que recebem até três salários mínimos. Para produzir a matéria prima, os estudantes utilizam entulho da construção civil. ;A nossa principal motivação é entregar para a sociedade uma construção civil mais sustentável e mais barata e combater o índice de pessoas sem teto e de casas construídas irregularmente;, define a aluna de engenharia elétrica Juliana Martinelli, 23 anos. Com os colegas de curso André Mitsuo, 24, Eduardo Gonzalez, 22, e Lorena Tameirão, 25, e a estudante de engenharia civil Bruna Figueireido, 21, Juliana forma o time que toca o projeto.
A competição cobre os custos de ida de um participante, mas como o evento promove várias atividades simultâneas, a recomendação é que a startup leve três membros. Do grupo, Juliana, André e Lorena pretendem ir para a Dinamarca. Para bancar os custos de passagem, hospedagem e alimentação para dois deles, a InovaHouse 3D começou uma campanha no site Kickante. Os estudantes têm 16 dias para arrecadar R$ 18 mil.
A participação na Copa do Mundo de Startups é importante para que InovaHouse 3D encontre investidores. ;Precisamos de investimento externo agora, mas é difícil. A startup é um investimento de risco, porque não está há 10 anos no mercado e não se estabeleceu ainda. O investidor fica com receio de o projeto dar certo ou não;, afirma Juliana. Hoje, o grupo trabalha de forma voluntária e financia o projeto com recursos próprios.
;Queremos levar o nome da UnB e do Distrito Federal para a competição;, conta Juliana. Na UnB, os cinco membros participaram da empresa júnior Enetec. ;Aprendemos dentro da universidade o conceito do empreendedorismo com o propósito de impactar a sociedade de alguma maneira;, destaca a estudante. A InovaHouse 3D conta com o apoio do professor Renato Borges, especializado em automoção e controle, e do coordenador do Departamento de Engenharia Elétrica, Alexandre Romariz. Os funcionários da unidade de inovação e tecnologia do Senai Marcelo Prim e Fábio Pires também ajudam o projeto com apoio técnico, contato com outras universidades e ensinando conceitos de gestão.
Origem inovadora
;Minha ideia era fazer o projeto para países que passaram por guerra civil ou terremoto, mas então percebi que poderia começar aqui, no Brasil. Pensei em fazer algo aplicado ao Distrito Federal, em Sol Nascente;, relata Juliana. A InovaHouse 3D se formou em março de 2015 e, cinco meses depois, conquistou o 3o lugar na competição Sua Ideia na Prática - Brasília, promovida pela organização Ideation Brasil.
Como a impressora 3D costuma trabalhar com plástico, a InovaHouse 3D precisa criar um material novo para poder construir casas. ;Estamos desenvolvendo um material de origem cerâmica próprio para a construção civil. É parecido com o concreto, mas com algumas propriedades diferentes, como a densidade;, afirma Juliana. Além disso, o projeto é aberto, ou seja, qualquer um pode reproduzir a tecnologia desenvolvida e aprimorá-la. ;Há o contra de não ficarmos com todo o lucro, mas a impressora 3D tradicional surgiu com o conceito de ser aberta. Se fosse patenteada, ficaria engessada e não teria se difundido tanto. Isso acaba barateando a tecnologia;.