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Uerj se diz impossibilitada de funcionar

postado em 09/01/2017 21:01

Sem recursos e com salários atrasados, Uerj se diz impossibilitada de funcionar

Em endereçada ao governador Luiz Fernando Pezão, o Conselho da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) comunicou às autoridades e à população que ;as suas atividades ficarão impossibilitadas nas diversas unidades acadêmico-formativas e administrativas;, devido à falta de pagamento, desde novembro, dos salários, bolsas e verbas de custeio. A instituição não anunciou a paralisação das atividades, mas informou no ofício que as condições atuais de trabalho estão prejudicando o funcionamento e podem levar a uma suspensão dos trabalhos.

A posição foi tirada na reunião do Conselho Universitário, na sexta-feira (6), e inclui o Hospital Universitário Pedro Ernesto e a Policlínica Américo Piquet Carneiro. A carta reafirma ;a necessidade do pagamento integral de seus servidores (ativos e inativos) e a liberação dos recursos orçamentários necessários ao funcionamento imediato e permanente da Uerj; para ;evitar tal situação [uma paralisação total]".

Segundo a sub-reitora de Graduação, professora Tania Maria de Castro Carvalho, o desgaste e desprestígio com o não recebimento de verbas vem desde 2015, mas agora chegou a uma situação classificada como insustentável. ;Desde meados de 2015 isso já começou a se aprofundar. Só que agora chegou numa situação de profunda agudização. Ainda não recebemos as bolsas, nem os salários dos professores e servidores, exceto os técnicos administrativos que são do hospital Pedro Ernesto e trabalham na área de saúde. São os únicos que receberam o salário de novembro; disse.

De acordo com ela, a falta de pagamento chegou a todos os setores, o que impossibilita a universidade de abrir as portas. ;A Uerj tem funcionado muito precariamente, às vezes sem luz, sem internet funcionando, o serviço de limpeza pago é com atraso, segurança, restaurante universitário, tudo com atraso. Mas, principalmente, com atraso nas bolsas dos estudantes. São mais de 9 mil cotistas que têm a bolsa-permanência, que é uma verba do governo federal para permanência de quem tem baixa renda comprovada, além dos alunos bolsistas dos projetos da universidade que também estão sem receber desde novembro;.

Ela explica que nunca houve divisão da folha - como ocorreu agora, em que apenas os servidores do hospital receberam - e que a Uerj como um todo luta pelo pagamento integral. "O governo está inviabilizando que nós estejamos com as portas abertas para cumprir a nossa missão com a sociedade;, disse Tânia, destacando que ;a Uerj se recusa a participar do desmonte da educação pública e da saúde pública no estado e no país. Essa é a posição inabalável da nossa universidade;.

Sem previsão

O governo do estado não confirma se recebeu o ofício da universidade. A Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia informa que assuntos de pagamento são atribuição da Secretaria de Fazenda (Sefaz) que, por sua vez, que "desde o início do agravamento da crise financeira, a prioridade absoluta é o pagamento dos salários dos servidores do Estado;. Sem previsão de data, a Sefaz diz que ;os repasses serão regularizados tão logo haja disponibilidade de recursos em caixa;.

Segundo a sub-reitora da Uerj, a folha de pagamento de salário do pessoal docente e técnicos administrativos ativos e inativos é de R$ 80 milhões por mês e a verba para manutenção e custeio de todos os campi da universidade é de R$ 23 milhões.

Agência Brasil

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