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Vigilantes da UnB cobram pagamento de parte do FGTS, atrasado em dois meses

A Reitoria explicou que rescindiu o contrato com a empresa que prestava o serviço e que, por isso, restou um passivo a ser pago. Instituição vai acionar o seguro para quitar o valor

Carolina Gama - Especial para o Correio
postado em 11/01/2017 20:43

A Reitoria explicou que rescindiu o contrato com a empresa que prestava o serviço e que, por isso, restou um passivo a ser pago. Instituição vai acionar o seguro para quitar o valor

Um grupo de vigilantes da Universidade de Brasília (UnB) reclama da falta de pagamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). De acordo com o responsável pela Comissão dos Terceirizados da Unb, Francisco Targino, desde a contratação da empresa Utopia Consultoria e Assessoria sempre houve problemas referentes a remuneração. Os empregados fizeram 14 denúncias ao Ministério Público até que fosse indicada a contratação de uma nova companhia para assumir o setor. Dessa vez, as exigiências são relacionadas ao pagamento dos 40% do FGTS, que está atrasado desde novembro, segundo os funcionários.

Na última segunda-feira (9/1), o grupo protestou em frente à Diretoria de Terceirização para reivindicar o pagamento. A manifestação seguiu até a reitoria da instituição. Uma funcionária que não quis ser identificada, por medo de represália, lamenta a situação. ;Eu me sinto humilhada. Na Constituição fala que nós temos os nossos direitos. Se todos os meses é descontado um valor e é recolhido, por que que a empresa não pagou o FGTS? Eu me sinto desvalorizada, em uma universidade que está preparando alunos para o mercado de trabalho e trata trabalhador como nada.;

A Reitoria explicou que rescindiu o contrato com a empresa que prestava o serviço e que, por isso, restou um passivo a ser pago. Instituição vai acionar o seguro para quitar o valor

Por nota, a assessoria de comunicação da UnB disse se solidarizar com a situação dos trabalhadores e explicou que rescindiu o contrato da Utopia em novembro de 2016 após observar o descumprimento de obrigações trabalhistas por parte da empresa. Eles afirmam que, após a rescisão, a UnB usou o valor que tinha reservado para o pagamento do contrato com a Utopia para quitar os salários dos funcionários.

;Entretanto, ainda há um passivo trabalhista referente à multa rescisória do FGTS. Para garantir que os funcionários tenham acesso ao que lhes é devido, a Universidade vai acionar o seguro garantia previsto no contrato. Todas as ações da UnB em relação ao caso estão sendo acompanhadas pelo sindicato da categoria e pelo Ministério Público do Trabalho.;

A Utopia esclareceu que o não pagamento dos 40% do FGTS para os trabalhadores se deve a um trâmite burocrático entre a UnB e a seguradora acionada pela instituição para liberação do recurso necessário. Também em nota, informa ainda que já cumpriu todas as medidas necessárias para que a situação seja solucionada da maneira mais breve possível. "Não há como a empresa intervir nas negociações porque a UnB, tomadora de serviços, é a única responsável por conseguir a liberação do seguro junto à seguradora. Também não foi informado o motivo de o recurso ainda não ter sido viabilizado."

*Estagiária sob supervisão de Mariana Niederauer

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