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Conselho de Administração aprova orçamento de 2017

Verba para a manutenção da Universidade está 43,7% menor em relação ao ano anterior. Déficit anual previsto é de R$ 105,6 milhões

postado em 10/02/2017 19:26

Verba para a manutenção da Universidade está 43,7% menor em relação ao ano anterior. Déficit anual previsto é de R$ 105,6 milhões

O Conselho de Administração (CAD) da Universidade de Brasília aprovou, por unanimidade, o orçamento de 2017. A matriz orçamentária para a manutenção da instituição será de R$ 105,9 milhões este ano, 43,7% menor do que em 2016. O orçamento previsto para investimentos também terá forte redução: de R$ 46,4 milhões no ano passado para R$ 24,6 milhões neste exercício, o que representa queda de 47%. A estimativa de déficit anual gira em torno de R$ 105,6 milhões (veja relatório completo).

"Nesse horizonte difícil, nossa perspectiva é de que a redução não afete o repasse feito às unidades acadêmicas em valores nominais", explicou a decana de Planejamento e Orçamento, Denise Imbroisi. "Estamos mantendo os recursos de 2016, que sabemos que também foram baixos", reforçou. A administração está, desde o início do ano, fazendo uma avaliação da situação de todos os contratos da Universidade, de forma a identificar gargalos e possibilidades de ajustes.

A decana explicou aos conselheiros que a administração chegou a ir ao Ministério da Educação no fim do ano passado, para tentar aumentar a dotação orçamentária. "Fomos informados, contudo, que a UnB deveria ter recorrido ao governo em agosto e que não havia muito o que fazer àquela altura", contou. Outro problema que a Universidade deve enfrentar este ano é a queda da arrecadação de recursos próprios, vinda, principalmente, dos aluguéis de imóveis. O orçamento ainda será submetido ao Conselho Universitário (Consuni), que se reunirá na próxima sexta-feira (17).

COMPRAS

Os conselheiros aproveitaram a reunião do CAD para falar sobre as dificuldades do processo de compras na UnB. "É impressionante como a gente não consegue vencer algumas barreiras que já conhecemos", criticou a diretora da Faculdade de Ciência da Informação, Elmira Simeão.

O diretor da Faculdade de Tecnologia, Antônio César Brasil Junior, apontou a necessidade de a instituição elaborar as atas de registro de preço, que já existem em vários órgãos da administração pública e ajudam a acelerar os processos de licitação. "Uma maior eficiência no setor de compras exige dedicação em todos os níveis", ressaltou.

O Decanato de Administração (DAF) estuda alternativas para melhorar a aquisição de materiais e equipamentos. Uma das propostas é o estabelecimento de unidades descentralizadas de compras. "Paralelamente, há a questão do Sistema Integrado de Compras. O DAF fará um estudo para a eventual aquisição desse sistema", disse a decana, Maria Lucilia dos Santos.

A reitora da UnB, Márcia Abrahão, destacou as conversas que tem tido com a Advocacia Geral da União acerca do tema. Segundo ela, muitas vezes, a Procuradoria Jurídica da Universidade barra os processos de licitação, gerando enormes atrasos. "A nossa área jurídica presta assessoria, ela não é um órgão de controle", disse a reitora. "O mais difícil é mudar a cultura nas áreas envolvidas, que estão fazendo o seu melhor, mas não estão atendendo às necessidades da instituição", completou.

FLEXIBILIZAÇÃO

O CAD também aprovou a indicação de novos membros para a comissão que discute a flexibilização da jornada de trabalho dos servidores técnicos da Universidade. Um grupo já vinha debatendo o tema ao longo do ano passado, mas sua formação ainda não havia sido referendada pelos conselheiros.

"É muito importante que o primeiro CAD do ano aborde esse assunto", avaliou Mauro Mendes, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília. A comissão de flexibilização deve se reunir em breve e estabelecer uma agenda de trabalhos. Saiba quem são os membros da comissão.

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