Jornal Correio Braziliense

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Proposta suspende criação de cursos de medicina por cinco anos

Medida elaborada pelo MEC aguarda assinatura do presidente Michel Temer


Decreto que suspende criação de novos cursos de medicina no Brasil por ao menos cinco anos está no Planalto e aguarda assinatura do presidente Michel Temer. Proposta foi elaborada pelo Ministério da Educação.

De acordo com o Ministério da Educação (MEC) a medida visa a sustentabilidade da política de formação médica no Brasil, para preservar a qualidade do ensino.
Para a decisão, o MEC levou em conta os dados da Organização Mundial de Sáude (OMS), que apontam que o Brasil atingiu as metas de alunos/vagas estabelecidas, de cerca de 11 mil por ano.
[SAIBAMAIS]Em nota, o MEC afirmou que, durante o período de suspensão,promoverá um amplo e profundo estudo sobre a formação médica no Brasil, que contará com a cooperação do Conselho Federal de Medicina (CFM), associações médicas nacionais e será elaborado por especialistas e consultores com reconhecimento internacional.
De acordo com a nota, a medida não afetará os editais de abertura de cursos em andamento. A atual gestão, quando assumiu, em maio de 2016, retomou e deu agilidade aos processos que estavam morosos e até parados. Os editais nacionais que contemplam principalmente as regiões Sul e Sudeste seguem normalmente, com um deles em fase final de autorização de instituições. Já para o Norte, Nordeste e Centro-Oeste, o MEC dará continuidade ao edital que contempla essas regiões.
A Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) declarou que considera a decisão um retrocesso, que compromete sobremaneira o desenvolvimento do país e o atendimento à população naquilo que é um direito humano fundamental, o direito à saúde. Ainda afirmam que a medida vai na contramão das necessidades brasileiras, além de apresentar equívocos legais e ignorar aspectos relevantes da regulamentação da educação superior.

Sobre a justificativa do MEC de que a decisão é visando uma maior qualidade no ensino, a ABMES diz que estancar a criação de novas graduações na área não tem qualquer relação com a garantia da qualidade dos serviços prestados e nem dos profissionais que são disponibilizados no mercado de trabalho. As instituições de ensino passam anualmente por avaliações feitas pelo próprio Ministério, cujo processo inclusive está sendo reformulado.
*Estagiária sob supervisão de Ana Sá