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Estudantes se manifestam contra o aumento no valor da refeição no RU da UnB

Em reunião na manhã desta quinta-feira (1°), Conselho de Administração reafirma a proposta de aumentar o valor para R$ 6,50

Thays Martins
postado em 01/02/2018 11:55
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Na manhã desta quinta-feira o Conselho de Administração da UnB continuou a discussão sobre o aumento do preço do Restaurante Universitário. A votação foi adiada devido a ação apresentada pelo Sindijus, que questiona legalidade da medida. Conselho de administração avaliará a alegação do sindicato.
Os estudantes se mobilizaram e se manifestaram contra os reajustes.
Marcado para começar às 9h, o ato foi organizado pelo Diretório Central dos Estudantes DCE Honestino Guimarães. No Facebook, o evento tinha 1,6 mil confirmações.
A proposta do Conselho de Administração é de que o valor para estudantes passe de R$ 2,50 para R$ 6,50,um reajuste de 50% no valor atual. Servidores e terceirizados, que hoje são subsidiados e pagam o mesmo valor que os estudantes, passariam a pagar o valor integral de R$13 no almoço e na janta, e de R$ 7 no café da manhã.
Segundo a reitoria, não há recursos suficientes para subsidiar as refeições e os preços não são reajustados há mais de 20 anos.
Diante de muitos gritos de guerra, a reitora Márcia Abrahão lembrou as manifestações contrárias ao Reuni, que expandia os câmpus da UnB. "Fico feliz que tenha tantos alunos aqui. Eu não pude me esquecer de quando estávamos discutindo o Reuni e os estudantes entraram com um caixão contra a expansão da UnB. Agora temos o desafio que é manter a universidade com qualidade e a permanência dos estudantes", afirmou.

Ludimila Brasil acredita que a proposta deve ser discutida com os estudantes, servidores e terceirizados e que deve ser cobrado do MEC mais recursos
Ludmila Brasil, do DCE, enfatiza que a luta é pela permanência dos estudantes na universidade."Acreditamos que, com que esse aumento, a evasão universitária será muito alta. Porque os estudantes não têm condições de pagar R$ 250 por mês para se alimentar", argumenta. Além disso, ela afirma que a proposta da reitoria é exclusiva. "Não estamos entendendo o que eles estão considerando como comunidade acadêmica, porque estão excluindo servidores e terceirizados". Para ela, o mais importante era ter tempo para discutir as propostas com os alunos e toda a comunidade. "E temos que discutir com o MEC."

Victor Gorman afirma que a transparência é fundamental para que a proposta seja avaliada e que se chegue a algo que os estudantes concordem
Representante do Juntos, Victor Gorman argumenta que é necessário abrir as contas para encontrar uma solução. "Tem que ser feita uma auditoria no contrato da Sanoli. E fazer um orçamento participativo", defende o aluno.
Na leitura do relatório, foi apresentada a argumentação de que se sabe desde maio de 2017 que teria que ter algum tipo de reajuste no RU. A proposta inicial era de uma redução das despesas, o que foi negado pela reitoria, para não haver demissões. Mesmo assim, no final do ano passado, houve um corte nas despesas, de 15%. De acordo com a reitoria, sem a necessidade de demissões e de diminuir a qualidade da alimentação. Mas que, mesmo assim, seria necessário o aumento no valor cobrado.

Os dados presentados mostram que, nos últimos anos, em razão das políticas públicas adotadas pela UnB, houve um aumento significativo de estudantes em condição de vulnerabilidade econômica. De 2015 a 2017 houve um aumento de 57% dos estudantes que são isentos de pagar o RU, ou seja, aqueles com renda inferior a 1,5 salário mínimo per capita.
Além disso, os recursos que mantêm o restaurante foram cortados em quase 100 milhões.
Com a nova proposta, existe a expectativa de uma economia de 33% dos custos com o RU.
A proposta também inclui um segundo grupo de vulnerabilidade econômica, que abarcaria aqueles com renda entre 1,5 e 2 salários mínimos per capita, que pagariam R$ 2,10 no café da manhã e R$ 3,90 no almoço e na janta.
*Estagiária sob supervisão de Ana Sá

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