Jornal Correio Braziliense

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Ocupação da reitoria na UnB pode ser ampliada para outros prédios do câmpus

Segundo integrantes do movimento, decisão pode ser tomada em assembleia

Os estudantes que participam da ocupação da Reitoria da Universidade de Brasília (UnB) desde a tarde da última quinta-feira (12) podem estender o ato para outros prédios da instituição. Segundo responsáveis pelo movimento, a medida, contudo, passará por decisão da assembleia. As lideranças, contudo, afirmaram na manhã desta sexta-feira que o movimento pode repetir as decisões de protesto em 2016, quando, pelo menos, 15 prédios da instituição do câmpus Darcy Ribeiro e Planaltina registraram ocupações estudantis.
A tomada do prédio da Reitoria ocorreu por volta das 14h30 de quinta-feira (12) após decisão em assembleia no Ceubinho. Eles cobram uma audiência pública com a presença de representantes do Ministério de Educação da UnB, além da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.Também pedem auditoria nas contas da instituição e pedem a manutenção de contratos de funcionários terceirizados, sem cortes de funcionários.
[SAIBAMAIS]Na manhã desta sexta-feira (13), após a primeira noite no local, barricadas com cadeiras e poltronas das salas continuam impedindo o acesso livre ao local, exceto para os que comprovam ser estudantes da universidade. A expectativa é de que a ocupação acabe na segunda-feira (16), mas é possível que se prolongue por mais tempo, porque os manifestantes prometem não sair até terem um ;respaldo da reitoria;.
Alunos que participam da manifestação fizeram uma reunião na noite desta quinta-feira (12) para tratar da organização do movimento, mas não divulgaram mais detalhes e se recusam em dar entrevistas à imprensa.

Divergência entre MEC e UnB
A crise orçamentária que vive a UnB, com déficit de 92 milhões de reais previsto para 2018, é marcada pela diferença entre o que diz a universidade e o que afirma o MEC. A UnB aponta que teria dinheiro para custear as despesas somente até maio e que corre o risco de interromper as atividades em agosto. O órgão, no entanto, afirma que o valor repassado à instituição cobre os gastos até o fim do ano e acusa ;má gestão; dos recursos transferidos. Ontem, o chefe de gabinete da UnB, Paulo César Marques, explicou que a diferença se deve em razão da universidade apresentar o orçamento que de fato opera e o MEC mostrar o orçamento geral. "O Ministério pontuou as despesas gerais que a gente sequer vê a cor desse dinheiro. Inclui aposentadoria, por exemplo. A gente trabalha com o que sobra do orçamento para custeio, despesa, investimento e etc", esclareceu.