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Diretor da OMS defende valorização de estagiários

À frente da entidade internacional há um ano, etíope também se posicionou contra o assédio e anunciou a reativação de um programa de bolsas de estudo

Ana Paula Lisboa
postado em 22/05/2018 10:55
Durante discurso na Assembleia Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), não se esqueceu dos estagiários da entidade internacional. Ele defende que esses colaboradores merecem ser mais valorizados. "Eu tenho de ser honesto: nós devemos tratar nossos estagiários muito melhor do que tratamos", admite.
"Muito frequentemente, nós os usamos mais como mão de obra gratuita do que como um investimento na juventude e no desenvolvimento dos líderes de saúde do futuro", confessa. A assembleia do setor começou na última segunda-feira (21) e continua até sexta-feira (26) em Genebra, na Suíça, reunindo ministros das 194 estados-membros da OMS e 4 mil pessoas. Dr. Tedros garante que a instituição está começando a tomar atitude em prol de dar mais dignidade aos contratos de estágio.
"Nós já demos alguns passos no sentido de melhorar condições para nossos estagiários, como dar a eles plano de saúde, vouchers de refeição e o mesmo direito a tempo de descanso que o resto da nossa equipe", afirma. Tedros também analisa a possibilidade de pagar bolsa para os estagiários que não têm recursos financeiros para se manter. Isso porque os contratos de estágios da OMS não são remunerados, mas, sim, voluntários.

Combate ao assédio
Em discurso, diretor da OMS defende que estagiários precisam ser mais valorizadosO diretor também promete adotar medidas para que a Organização Mundial da Saúde seja um lugar seguro para se trabalhar, livre de assédio. "Nos últimos meses, nós todos ficamos sabendo de uma série de escândalos de conduta sexual inadequada afetando um número de organizações humanitárias e de desenvolvimento", alerta.
Segundo ele, essa situação não deve ser a realidade na entidade que ele representa. "Deixe-me ser claro: a OMS tem tolerância zero com assédio sexual, exploração sexual e abuso. Isso se aplica a todos os lugares, do escritório principal aos menores em outros países. Eu repito: tolerância zero"

Bolsas de estudo
Outra boa notícia para estudantes é que Dr. Tedros pretende relançar uma bolsa de estudos da OMS que permitirá a alunos de países de baixa e média renda estudar no exterior. "Eu sei o valor disso por minha própria experiência. Eu mesmo me beneficiei de uma bolsa de estudos da OMS, que me permitiu fazer meu mestrado em Londres", rememorou o etíope, primeiro africano a ocupar o mais alto cargo da organização.
"Eu sou prova viva do valor desse programa, e é por isso que quero trazê-lo de volta", diz. "Estou determinado a fazer da OMS um empregador atraente para jovens profissionais de saúde ao redor do mundo."

*A jornalista viajou a convite do International Center for Journalists (ICFJ), com patrocínio da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (FMCSV)

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