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Estudantes quilombolas e indígenas protestam na Esplanada dos Ministérios

Estudantes indígenas quilombolas de 17 universidades fazem apelo contra o corte de bolsa auxílio permanência. Grupo pede para falar com deputados e senadores

Marília Lima*
postado em 19/06/2018 10:25

Cerca de 150 manifestantes, segundo a Polícia Militar, ocupam a Esplanada dos Ministérios nesta terça-feira (19/6). São estudantes indígenas quilombolas de 17 universidades federais, que protestam contra o corte da bolsa de auxílio permanência deles nas universidades. O protesto foi acordado em uma reunião do movimento feita ontem. Durante a manifestação eles gritam: "cota não é esmola", "somos indígenas e quilombolas, estamos aqui e queremos permanência agora".

estudantes indígenas quilombolas de 17 universidades federais, que protestam contra o corte da bolsa de auxílio permanência deles nas universidades

Os manifestantes fecharam quatro faixas da Esplanada dos Ministérios, no trecho em frente ao Palácio do Planalto. As lideranças do movimento dizem que não vão deixar o local até que haja uma resposta para as reivindicações. A PM organiza o trânsito nas duas faixas que sobraram para os carros passarem.

Os manifestantes fecharam quatro faixas da Esplanada dos Ministérios


Mais cedo, os manifestantes desceram a Esplanada rumo ao Congresso Nacional. O objetivo é se dividir em pequenos grupos para tentar falar com deputados e senadores. Haverá uma reunião à tarde na Comissão de Educação, mas não há horário estabelecido ainda.


Kâhu pataxó, coordenador geral do movimentos unido dos povos e organizações indígenas da Bahia

;Nossa principal reivindicação é com relação à permanência nas universidades, além da luta pela educação específica e diferenciada e, também, pela demarcação de nosso território. Todas essas pautas convergem: se não temos territórios, então não temos educação diferenciada, superior e de qualidade,; disse Kâhu Pataxó, estudante de direito na Bahia e coordenador geral do movimentos unido dos povos e organizações indígenas da Bahia. Segundo ele, o protesto conta com manifestantes da Universidades de Brasília e de instituições em Goiás, Tocantins, Ceará, Bahia, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, entre outras.

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O estudante da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Elvis Rikbatsa afirmou que o calendário de aulas está suspenso. "Muitos de nós indígenas estamos sendo prejudicados, e os quilombolas também. Viemos lutar pelos nossos direitos e fazer com que isso se torne lei para que o benefício permaneça. Estamos fazendo várias reivindicações e encontros com reitores e o comando estudantil, até mesmo quem não é indígena está lutando por nós."

Alerta ao futuro indígena

A estudante Naã Santos, da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), afirma que a bolsa de permanência para estudantes de baixa renda, no valor de R$ 400, foi cortada. O precedente deixa em alerta o futuro da bolsa indígena e quilombola também. ;Muitos de nós não moram perto das universidades, então temos gastos com alimentação, moradia, transporte. Se cortar, não teremos como nos manter, a maioria não tem pai e mãe, ou só tem a mãe e só ela trabalha.;

Estudantes indígenas quilombolas de 17 universidades fazem apelo contra o corte de bolsa auxílio permanência. Grupo pede para falar com deputados e senadores

Segundo o coordenador da manifestação, houve uma conversa no fim da manhça com uma representante da Presidência da República, que disse que as reclamações devem ser dirigidas ao Ministério da Educação (MEC).

[SAIBAMAIS]

Estagiária sob supervisão de Jacqueline Saraiva

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