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MPDFT pede proteção a professora da UnB vítima de ameaças

Débora Diniz se tornou alvo de manifestações raivosas por ser ativista pró-aborto. A promotoria do órgão pede que ela seja incluída em programa federal de proteção a defensores dos direitos humanos

Alexandre de Paula
postado em 13/07/2018 15:06
O pedido foi feito pelo Núcleo de Direitos Humanos pelo MPDFTO Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pediu a inclusão da professora da Universidade de Brasília (UnB) Débora Diniz no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH), do governo federal. A antropóloga vem recebendo, há meses, ameaças de morte, além de xingamentos e ofensas, por ser ativista pró-aborto. O pedido está sob avaliação do Ministério dos Direitos Humanos (MDH).

Segundo o MPDFT, o pedido foi feito pelo Núcleo de Direitos Humanos do órgão com a anuência da professora e é justificado pela gravidade das ameaças recebidas. Ao Correio, Debora Diniz afirmou que o momento é de tentar se acalmar e esperar o que vai ser decidido.

Em nota, o Ministério dos Direitos Humanos explica que o caso está sendo analisado pelo Conselho Deliberativo do PPDDH e que a equipe está em contato direto com a professora. ;Na etapa de análise já são adotadas medidas protetivas adequadas e necessárias para o caso;, explica o órgão.
A professora já havia registrado queixa na Delegacia Especial de Atendimento a Mulher (Deam), que apura o caso.
[SAIBAMAIS]

Ofensas

A antropóloga atua na Faculdade de Direito da UnB e foi escolhida em 2016 como um dos 100 pensadores globais pela revista norte-americana Foreign Policy, por pesquisas sobre grávidas infectadas pelo zika vírus. Diniz estuda temas como feminismo, bioética, direitos humanos e saúde.
As ofensas e ameaças começaram pelo trabalho de Diniz no Anis ; Instituto de Bioética, organização feminista que atua na pesquisa e defesa dos direitos humanos. O Anis defende a descriminalização do aborto e teve papel importante para a realização de audiências públicas relacionadas ao tema, como a que ocorrerá no início de agosto no Supremo Tribunal Federal (STF), com a participação da antropóloga.
As ameaças de morte e xingamento à professora foram feitas em redes sociais e por meio de mensagens e ligações. Uma das postagens públicas, em página do Facebook com cerca de 9 mil seguidores, traz a foto da professora e um texto que destaca o trabalho dela pela regularização do aborto. A mensagem termina chamando Débora de monstro. O post teve dezenas de comentários e mais de 800 compartilhamentos (diversos deles acompanhados por mais ofensas).

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