Ensino_EnsinoSuperior

Polícia Civil identifica autor de crimes contra a professora Débora Diniz

A professora da UnB vem sofrendo perseguição e ameaças devido a seu posicionamento a favor da descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação

Pedro Grigori - Especial para o Correio
postado em 06/08/2018 13:08
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) anunciou, nesta segunda-feira (6/8), ter identificado, por meio da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), o autor de crimes praticados contra a professora da Universidade de Brasília (UnB) Debora Diniz. O homem, que vem atacando a professora em função do posicionamento dela a favor da legalização do aborto, tem 42 anos e é morador de São José dos Pinhais, no Paraná. O nome dele não foi revelado, apenas as iniciais.
professora Debora Diniz
A assessoria de comunicação da corporação afirmou que a identidade do suspeito e os crimes do qual é acusado só serão revelados em coletiva à imprensa às 15h. Sabe-se, porém, que a professora vem sofrendo ameaças, inclusive de morte, por telefone e pela internet, devido ao seu posicionamento em favor da descriminalização do aborto. Além disso, na quarta-feira (18/7), ela foi agredida por um grupo de pessoas ao sair de um evento em Brasília.

Especialista em bioética, direitos humanos e saúde, Débora está à frente da Anis ; Instituto de Bioética, organização não governamental que deu consultoria ao PSol na elaboração da ação que propõe a descriminalização do aborto até a 12; semana de gestação. O assunto é tema de audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF) desde a sexta-feira (3/8).
[SAIBAMAIS]
Os ataques a professora da UnB começaram após a ministra do STF Rosa Weber convidá-la para participar das audiências públicas sobre o aborto. ;Começaram a fazer campanha me desqualificando, me chamando de assassina, de monstro e me mandaram coisas mais graves. Depois me ligaram, me mandaram mensagens com ameaças mais explícitas;, relatou a professora, em julho, antes de decidir parar de dar entrevistas, por medo de sofrer mais ataques.

Por conta dos insultos, ela registrou boletim de ocorrência na Deam e recorreu ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) para ser incluída no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH), do governo federal. Debora conta com medidas protetivas com o objetivo de preservá-la.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação