Novas perspectivas de aprendizagem que inserem ferramentas on-line em sala de aula têm chegado ao ensino superior com força e abrangência. Mais do que colocar a tecnologia à disposição do ensino, elas inserem também uma filosofia de docência que enxerga o protagonismo do aluno. É o que o Google for Education, braço educativo do Google, vem buscando junto a centenas de instituições públicas e privadas de todo o país.
As soluções de educação da multinacional oferecem pacote de serviços gratuitos que pretende facilitar a dinâmica entre docentes e discentes. As duas vias principais, G Suite for Education, (voltado para a interação contínua, mesmo a distância) e Chromebooks(pensado para a sala de aula), são ferramentas que privilegiam a mobilidade e se complementam. ;A tecnologia simples do Google for Education possibilita aos educadores manter o aprendizado personalizado, garantindo melhor desempenho de suas turmas. Já os alunos se beneficiam com a facilidade da plataforma e ganham mais tempo para aprendizagem;, afirma Rodrigo Vale, representante do Google nas universidades brasileiras.
Milhões de pessoas usam plataforma ao redor do mundo
Hoje, a plataforma é utilizada por mais de 80 milhões de estudantes e educadores em 186 países e, no Brasil, está presente em metade dos estados. O Google Sala de Aula, uma vertente do G Suite, atinge 20 milhões de professores globalmente. ;Esse aplicativo simplifica as tarefas, aumenta a colaboração e promove a comunicação contínua ao possibilitar que educadores criem turmas, distribuam tarefas e enviem o feedback dos trabalhos em um único lugar;, explica Rodrigo Vale. ;Já os alunos têm a possibilidade de trabalhar em suas lições com mobilidade, uma vez que o Sala de Aula pode ser acessado via smartphone, desktop, tablet ou notebook.;Abertura de docentes e discentes empolga instituições
Na fala dele no UniCeub, voltada para os calouros de direito, Rodrigo Vale mostrou-se otimista à abertura dada pelas instituições, que devem entender novas plataformas disponíveis como ferramentas complementares e não como um inimigo. Mesmo com toda a tecnologia à disposição das novas gerações, o vetor fundamental do ensino continua sendo o professor. ;É ele que causa a transformação real, que chegará até o universitário. Do ponto de vista pedagógico, as universidades têm buscado metodologias ativas para tornar seu aluno mais protagonista no processo de aprendizagem.;De acordo com Rodrigo Vale, o mercado de trabalho está de olho não só no profissional que sai do ensino superior com conhecimento tecnológico, mas também que o aplica de modo atuante. ;Do ponto de vista profissional, as empresas cada vez mais buscam profissionais capazes de serem proativos, dinâmicos e que construam soluções em equipe. Em outras palavras, as organizações procuram pessoas que saibam trabalhar de forma colaborativa.;
Caloura de direito, Beatriz Elídia, 17 anos, vê com bons olhos a introdução à tecnologia logo na sua chegada ao ensino superior. ;É um trabalho que pode ser revolucionário na tentativa de mudar a forma como estudamos e adquirimos conhecimento. Ao longo do curso de cinco anos, espero mudanças de perspectiva.;
Protagonismo dos alunos é fundamental
Nada substitui o encontro presencial, é claro, nem exclui a necessidade de proatividade dos estudantes. Sem eles, nada feito, garante o professor Martin Adamec, que leciona ciência política, história e cultura jurídica no UniCeub. Para ele, causa espanto ver que muitos alunos, mesmo tendo toda a intimidade com a tecnologia, nem sempre mantêm o foco e objetividade quando é hora de usá-la para ;falar sério;. ;Por um lado, temos uma geração inteira ligada a isso. Por outro, fico surpreso como eles constantemente não sabem aplicá-la nos estudos. Dou aula para o primeiro e segundo semestre da graduação em direito e vejo que a relação deles com os dispositivos é dispersiva;, aponta.
;Quando é para utilizar de alguma maneira de que eles não estão acostumados, sofrem as mesmas dificuldades dos professores mais velhos. Eles alegam dificuldade para entrar no classroom, e-mail e outras ferramentas que eu presumia serem de entendimento natural para essa geração;, diz Adamec. Estudante de direito, Estela Plácido, 17, acredita que a mudança e protagonismo do aluno virá gradativamente. ;Hoje, muita informação está disponível na internet e o Google For Education pode ser uma das formas de chegar a ele de modo mais sério. Vai mudar aos poucos.;
Ferramentas on-line mudam tradições
De todo modo, por agora, Martin Adamec enxerga mudanças significativas na postara dos professores de direito, área de conhecimento naturalmente avessa às inovações. ;O direito é uma área tradicionalista. Temos sentido dificuldades entre os docentes, pois há uma percepção imediatista muito negativa. Aquilo de reclamar que ;ninguém mais tira o olho do whatsapp, redes sociais, etc;. Nesse primeiro semestre de aplicação, vejo meus colegas mais antigos mudando aos poucos a mentalidade;, afirma.Ele conta que a natureza maçante das disciplinas que ministra pode ser amenizada pela dinâmica do mundo on-line. ;Uso-as para passar tarefas de casa, pedir leituras e exigir fichamentos. Faço questão de associar a história à cultura popular, deixando claro ao estudante que não é um conteúdo alheio à vida deles, e lanço questionários semanais com questões;, exemplifica.