Neyrilene Costa*
postado em 28/09/2018 18:18
Terminou nesta sexta-feira (28) o 20; Fórum Nacional do Ensino Superior (20; FNESP), evento que trata dos impactos da tecnologia na educação e trabalho. Foram diversas atividades e palestras, trazendo como tema central ;A inteligência artificial aliada à inovação do ensino superior;. Ao todo, foram mais de 700 pessoas inscritas, vindas de 19 instituições, nos dois dias de encontro.
Com o enfoque em como as novas ferramentas são ; ou podem vir a ser ; utilizadas em sala de aula, a palestra de Guilherme Pereira, diretor de inovação corporativa da Faculdade de Informática e Administração Paulista (FIAP), destacou como a instituição utiliza ferramentas tecnológicas. ;Usamos um sistema de adaptação de aprendizado, com o qual a valiamos como os estudantes estão indo. A partir disso, podemos propor objetos para que eles aprendam melhor;, afirma.

Maurício Garcia, vice-presidente de inovação e ensino da Adtalem Brasil, vive uma experiência semelhante. ;Com base em dados, nós podemos recomendar qual a melhor plataforma de ensino dos alunos. Podemos também avaliar se os alunos estão querendo abandonar o curso e prevenir isso;, explica. Para Guilherme, as instituições de ensino também devem dar mais atenção aos alunos. ;Deve-se ter mais engajamento, de modo que o professor deixe de ser o protagonista principal e o estudante assuma esse papel.;

Como experiência de fora, a pesquisadora transdisciplinar da Universidade de Bath, Joanna Bryson, falou sobre como a tecnologia pode ser uma aliada, não uma inimiga. Não há nada a temer, garante. ;Nós somos superinteligentes. Criamos essas ferramentas para nos auxiliar;, diz. ;As máquinas não são perfeitas, pois elas aprendem o que os humanos aprendem. Podem cometer erros e ter preconceitos, inclusive;, explica a pesquisadora.

Para ela, os professores têm que ajudar os alunos no aprendizado. ;A inteligência artificial vem como uma forma de continuarmos aumentando a nossa capacidade de inteligência e temos que aprender a lidar com isso;, comenta.
Conhecimento para o Brasil
O 20; FNESP conta com a participação de diversas pessoas interessadas no ensino superior. Esses profissionais da área vêm de diversas partes da país para discutir sobre os desafios da educação. Marcela Tinti, 32 anos, participa pela segunda vez do Fórum.
Ela é coordenadora pedagógica do Toledo Prudente, grupo educacional de Presidente Prudente (SP), e percebe o evento como uma inspiração de aprendizado. ;É importante a troca de conhecimentos e também há a oportunidade de conectar diversas áreas à educação. Nos deixa entusiasmados a fazer novas coisas.;
Para Bruno Barreto, 36, diretor geral de EAD da Universidade Católica de Brasília (UCB), o evento contribui para a atualização de conhecimentos na educação. ;É sempre bom se atualizar e ver o que ocorre em todo o mundo. Aqui temos uma oportunidade de networking muito bom. Buscamos sempre avaliar os ensinamentos e aplicar na nossa instituição, estudando como as tecnologias podem ajudar os alunos;, diz ele, que participou participa pela sexta vez.

O pró-reitor de planejamento da Unicesumar, Marcos Antônio da Silva, conhece bem as dinâmicas e a importância do Fórum, pois esta é a décima vez que participa. ;Sempre trazem novos conteúdos para discussão do ensino superior. Assim, podemos ver o que precisamos fazer nos próximos anos;, afirma o paranaense. Segundo ele, a instituição usa as novas tecnologias em favor dos alunos. ;Aplicamos novas ferramentas no ensino, assim como a realidade aumentada. A inteligência artificial está em toda a nossa instituição, tanto no aprendizado como na gestão;, explica.

Para a gerente de inovação e qualidade acadêmica do Grupo Tiradentes, Jane Freire, o FNESP mostrou a importância da tecnologia. ;Aqui no evento eles usaram muitas ferramentas tecnológicas o que nos leva a sermos criativos;, comenta.
Tecnologia para melhorar vida de deficientes visuais
O Hackab, laboratório com equipamentos para criação e prototipação das ideias de grupos universitários, anunciou o grupo vencedor ao final do encontro. A startup Vivir levou o grande prêmio, no valor de R$ 8 mil. Os jovens desenvolveram o protótipo de um óculos interativo, que ajudará quem é total ou parcialmente cego. Para quem tem a perda parcial da visão, o óculos funcionará com o auxílio de um aplicativo que adaptará as telas e as cores. Para quem é totalmente cego, juntará um fone que falará sobre como a aula está ocorrendo. Fizeram tudo no FabLab.

Felipe Chagas, 19, ficou muito feliz com o reconhecimento do trabalho. "Eu sonhei que a gente tinha ganhado. Foi uma experiência incrível. Espero voltar aqui e fazer mais", diz ele, que cursa administração na Faculdade de Educação Ciências e Letras Don Domênico (Fecle). Sara De Cesaro, 19, veio de Passo fundo (RS), onde cursa arquitetura e urbanismo no Instituto de Medicina e Dermatologia (Imed). "Achei interessante, porque consegui colocar em prática o que aprendi na faculdade de arquitetura."
"O evento foi uma experiência incrível e agregou muito valor. Vou levar para sempre. Além de contribuir, eu aprendi muito";, diz Marcos Alessandro Sousa, 28, aluno da Universidade de São Francisco da Bragança (USF).

Joicy Carvalho, 20, ficou responsável pelo design do projeto. ;Foi incrível trabalhar na área de acessibilidade;, afirma a aluna de engenharia mecânica da Centro Universitário de Patos de Minas (Unipam).
*Estagiária sob supervisão de Ana Sá
**A repórter viajou a convite do Semep a São Paulo