Jornal Correio Braziliense

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Estudantes, professores e funcionários fazem protesto anti-Bolsonaro na UnB

Após vandalismo na biblioteca e pichação com ameaça, comunidade universitária promoveu, nesta quinta-feira (18), marcha em prol da democracia e repúdio ao candidato à Presidência da República

. Entre eles, havia títulos de ciência, de história e, pelo menos, seis sobre direitos humanos ; um deles, o mais grosseiramente danificado, aborda o longo período da ditadura militar. Na última quinta-feira (11), estudantes da universidade encontraram uma pichação que alerta para um massacre armado na instituição "se o Bolsonaro for eleito". Para os manifestantes, o capitão aposentado do Exército "representa uma séria ameaça".
"Os ataques recentes à UnB, com atentados físicos às pessoas, nossos livros, nossa liberdade de aprender e ensinar, são alimentados pelo candidato que apresenta a cara do neofascismo no Brasil. A vida não vai melhorar se a extrema direita vencer. Para barrar a ascensão do fascismo, precisamos estar fortemente unidos em torno da bandeira da democracia", informa outro trecho do comunicado.
[SAIBAMAIS]
Presidente do Sintfub, Maurício Sabino informou que as mobilizações na UnB continuarão até 28 de outubro, data do segundo turno das eleições. "Queremos provocar um debate na comunidade universitária. Deixar a mensagem de que o autoritarismo não pode vencer. As propostas dele (Bolsonaro) são retrógradas e apoiam o fim da liberdade de expressão, a perseguição às minorias e o racismo. Estamos engajados pela defesa à democracia."

"Ele não"

Durante a marcha, os manifestantes carregavam bandeiras em apoio a Fernando Haddad (PT), adversário de Bolsonaro nas eleições para presidente. Os objetos carregavam dizeres como: "Ele não", "Resista", "UnB pela democracia" e "Empregos educação: assim teremos paz". Também foram entoados gritos de "Ditadura nunca mais" e "Brasil, urgente: Haddad presidente".

Professora do Departamento de Genética e Morfologia, Lilian Giugliano alertou sobre os riscos de um novo governo autoritário. "Não teremos respeito pelas diversidades. Além disso, vamos perder uma série de direitos que conquistamos desde a implementação da democracia. Para nós, acadêmicos, a sensação seria de limitação da liberdade de expressão. Estamos inseguros."

O estudante de engenharia elétrica Álvaro Cunha, 22 anos, admitiu que vive em um ambiente de preocupação com uma possível eleição do candidato do PSL. "É angustiante saber que o meu futuro pode ser colocado em risco. Temos que conscientizar as pessoas dos problemas dessa eleição e da propagação da violência. Não podemos abrir mão dos nossos direitos sociais."