A pesquisa da plataforma de inclusão de estudantes no ensino superior, Quero Bolsa, feita com mais de 50 mil brasileiros, revela aumento de 23% na taxa de evasão no ensino superior em 2016. o "Panorama do Ensino Superior Privado do Brasil" mapeou mais 1,3 mil instituições de ensino superior (IES), que corresponde a mais de 85% do mercado nacional em toda a federação.
Analisando os dados dos Censos da Educação Superior, do Ministério da Educação, desde 2011, o estudo identificou que a evasão de estudantes das universidades brasileiras sofreu uma piora substancial a partir de 2015, que foi de 19% em 2011 para 23% em 2016. Esse desempenho negativo é justificado, principalmente, pela crise econômica que o país sofreu a contar daquele ano e, particularmente, nos cursos presenciais, por conta da redução elevada nos contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), desde de 2014.
O lado dos estudantes
O dinheiro ainda é a maior causa da evasão estudantil no ensino superior. A pesquisa feita com 50 mil alunos mostra que esse fator é crucial seja para quem está cursando, que se formou ou já evadiu da faculdade. A falta de recurso financeiro ou falta de capacidade para manter a graduação ainda é o ponto principal. A segunda justificativa são compromissos pessoais/profissionais que conflitem com a grade horária, graças a pouca flexibilidade que grande parte dos cursos presenciais apresentam. Em terceiro lugar, é a falta de identificação com a graduação.Outras razões são as altas taxas de desemprego, além do aumento das mensalidades acima da inflação, tornando difícil a permanência no ensino superior privado. A plataforma Quero Bolsa registrou alta de 7,7% no preço do ensino a distância (EAD) e 6,3% em graduações presenciais neste segundo semestre de 2018, comparado ao mesmo período de 2017.
Como voltar a estudar?
Existem também alunos que mesmo depois de desistirem da graduação, retornam para o curso. Eles são chamados de winback e representam a evasão líquida.O número total de estudantes que evadiram do ensino superiror entre 2011 e 2016 foi de 60%, mas se descontar os winback essa taxa cai para 40%, o que representa um diferencial no resultado.