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Assembleia da AdUnB aprova adesão à paralisação nacional em 15 de maio

Professores discutiram o corte orçamentário nas universidades

Isadora Martins*
postado em 09/05/2019 15:05

Aproximadamente 230 professores se reuniram no auditório da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB) em assembleia na tarde desta quinta-feira (9). Eles aprovaram por unanimidade a adesão à paralisação nacional em 15 de maio para protestar contra os cortes no orçamento das universidades federais. Assim, na próxima quarta-feira (15), os professores vão interromper todas as atividades acadêmicas.

Os docentes aprovaram participação em Plenária Conjunta no Ceubinho (depois de marcha pelo ICC) no dia 14; paralisação dia 15 (atividades acadêmicas); saída em carreata no dia 15 para o ato; participação em ato contra os cortes no Museu Nacional, também no dia 15; apoio à greve geral em 14 de junho contra a reforma da previdência.

236 pessoas participam da assembleia

Compõem a mesa Luis Antônio Pasquetti, presidente ADUnB; Ana Laura Corrêa, 2; vice-presidente; Cláudio Lorenzo, 1; secretário; e Liliane Machado, suplente de secretaria. ;Nós temos uma sociedade que está, de certa maneira, preocupada com a universidade pública, mas um governo duro e firme quanto aos cortes;, observou Luis Antônio Pasquetti. Um exemplo, segundo ele, de que a sociedade se preocupa com as universidades é o abraço à BCE, ato que reuniu muitas pessoas.

Cláudio Lorenzo, professor

;Eu sou totalmente favorável à paralisação no dia 15, mas eu acho insuficiente. A gente precisa mobilizar a sociedade;, defendeu Luis Araujo, professor da Faculdade de Educação. ;Precisamos ocupar os espaços onde não chegamos, porque falar para nós mesmos não é suficiente. Precisamos mostrar para as pessoas a utilidade que a universidade tem;, diz.

"É necessário mostrar para a sociedade e para o governo que não aceitamos as difamações que estão sendo feitas nem os cortes, que vão afetar sobretudo os estudantes mais pobres. Vamos mostrar que vai haver resistência ; e uma resistência forte", afirmou Cláudio Lorenzo, professor do Departamento de Saúde coletiva e 1; secretário da ADUnB.

Estudantes também compareceram ao encontro. O aluno do 9; semestre de ciências sociais Caio Henrique Sousa esteve presente na assembleia do Diretório Central dos Estudantes (DCE) na quarta-feira (8), que terminou com a decisão de o movimento estudantil da UnB aderir à paralisação nacional do dia 15 ; decisão que acabou não valendo por falta de quórum.

Caio Henrique Sousa, aluno do 9º semestre de ciências sociais

Convidado para discursar na assembleia, Caio citou a reportagem do Eu, Estuante sobre o assunto e aproveitou para deixar claro que o fato de o DCE não aderir ao movimento não altera a intenção dos alunos que desejam participar. "A gente vai parar, sim", afirmou. "Não vai ser uma burocracia imposta pelo DCE que vai fazer a gente não sair às ruas no dia 15".

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) também compareceu ao evento. ;Não há normalidade em um país que ataca dessa forma a educação;, declarou. "Coitados daqueles que temem a cultura, a ciência e a educação", completou. ;Nós estamos quase no meio do ano. Cortar 30% ou 40% do orçamento significa impedir que essas instituições possam funcionar.;

*Estagiária sob supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa

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