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'Não somos responsáveis pelo contingenciamento atual', diz ministro

Segundo Abraham Weintraub, o orçamento atual do MEC foi feito pelo governo da ex-presidente Dilma

Maria Eduarda Cardim
postado em 15/05/2019 17:57
Abraham,ministro,educaçãoEm sabatina convocada pelos deputados federais, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, voltou a explicar, nesta quarta-feira (15/5), o contingenciamento feito no orçamento das universidades e institutos federais. "Não somos responsáveis pelo contingenciamento atual. O orçamento atual foi feito pelo governo eleito da presidente Dilma Rousseff. Nós não votamos nele. Não somos responsáveis pelo desastre da educação básica brasileira", disse.

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Antes de ouvir os deputados, o ministro da Educação teve 30 minutos para fazer uma apresentação aos congressistas. O gestor da pasta agradeceu a oportunidade de estar na Casa. "Estou aqui para elucidar uma série de informações que foram distorcidas e estão gerando um mal-estar na sociedade", afirmou.

Weintraub expôs o mesmo Power Point que já havia apresentado na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), no Senado, na última semana, e no café da manhã com os jornalistas na manhã de terça-feira (14/5). A apresentação traz as metas fundamentadas no Plano Nacional de Educação (PNE).

Após o questionamentos de alguns deputados, Weintraub voltou a responder que está apenas obedecendo a lei e insistiu em afirmar, mais uma vez, que a crise atual foi originada pelos governos anteriores. Durante um dos pronunciamentos, houve confusão no plenário e um coro de deputados pediu a demissão do ministro.

Oposição

Para o deputado federal Alessandro Molon, líder da oposição na Câmara, as ações do ministro têm trazido preocupação à sociedade. "O que se percebe é uma tentativa de se perseguir as universidades e de atacar a produção de conhecimento. O governo não acredita em livros, acredita em armas", afirmou.

Molon também respondeu à fala do presidente Jair Bolsonaro. "Não chamem os nosso professores e estudantes de idiotas úteis. Respeitem as universidades, a educação e os estudantes brasileiros", completou.

Mais cedo, Bolsonaro ao conversar com jornalistas, em frente ao hotel onde ficará hospedado nos Estados Unidos, minimizou o movimento contra os cortes na área da educação e a reforma da Previdência. "É natural, mas a maioria (dos manifestantes) é militante. Se você perguntar a fórmula da água, não sabem, não sabem nada. São uns idiotas úteis sendo usados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo das universidades federais no Brasil", afirmou Bolsonaro.

A presença de Weintraub na Câmara coincidiu de ocorrer no mesmo dia em que manifestações contra o contingenciamento de recursos são realizadas pelo país. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) se solidarizou com as pessoas que ocuparam as ruas do Brasil nos protestos. A líder das minorias na Casa criticou a apresentação do ministro, que chamou de "cínica". "Que você saia daqui e peça demissão do seu cargo de ministro da Educação", completou.

Aliados e base

O deputado Delegado Waldir (PSL-GO) criticou a paralisação de estudantes e professores das universidades federais. "Hoje, muitas universidades estão paradas. Por quê? Será que esses estudantes estão de folga? É feriado? Há muitos alunos nas escolas particulares que são pobres. E os estudantes das universidades públicas, pagas com o nosso dinheiro, estão paralisados. Vamos inverter essa lógica", ressaltou.

O parlamentar também disse que Bolsonaro pediu a ele agradecer os partidos do Centro e da oposição pela convocação feita ao ministro. "Todos os nossos ministros podem ser convocados. Eles vão vir aqui falar do nosso governo. Nós não temos nada a esconder", afirmou.

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