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MEC afirma que gastou 28% do orçamento de institutos e universidades

Segundo presidente da Andifes, ministro se propôs a negociar com as instituições federais de ensino superior a antecipação de verbas que seriam liberadas apenas na segunda metade do ano

Ingrid Soares
postado em 16/05/2019 16:47

Reinando Centoducatte, da Andifes, e o ministro Abraham Weintraub se encontraram nesta quinta (16)

O ministro da educação Abraham Weintraub se reuniu na manhã desta quinta-feira (16) com o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil (Andifes) e reitor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Reinaldo Centoducatte. Na saída, o reitor afirmou que Weintraub não sinalizou intenção explícita de revisão dos cortes, mas que se propôs a negociar com as universidades a antecipação de verbas não contingenciadas, que seriam liberadas apenas no segundo semestre.


;Se o contingenciamento é de 30%, nós colocamos a necessidade de liberação de limites dentro desses 70% que sobrariam. Essa questão, o ministro colocou que teria que ser analisada caso a caso;, disse o presidente da Andifes. Já o secretário executivo do Ministério da Educação, Antonio Paulo Vogel, afirmou que as universidades empenharam, em média, 28% do orçamento discricionário.

;As universidades estão muito longe ainda do limite que elas possuem. O que o reitor comentou aqui é que existe um sublimite de 40%. E esse limite de 40% está sendo discutido universidade a universidade", ressaltou. Centoducatte explicou ainda que a liberação dos recursos é importante para que as universidades e instituições federais não acumulem dívidas para o próximo semestre.

Durante a tarde, o ministro participou de novas reuniões. Uma delas com o deputado Delegado Pablo (PSL - AM). ;Tivemos essa reunião hoje para fazer um debriefing da presença dele ontem no Congresso. Ele teve uma participação bastante exitosa, onde conseguiu explicar todas as questões do contingenciamento e deixou bem claro que é uma medida baseada no orçamento do ano passado. A intenção do governo federal é realizar novos aportes de recursos para que esse contingenciamento não vire um corte, mas sim, uma medida de emergência", afirma.

"A intenção não é diminuir valores da educação, mas trabalhar com responsabilidade fiscal aos valores que lhe foram destinados. Conversamos também sobre investir com força na educação da região norte;, conta. Sobre as manifestações nacionais em prol da educação, o deputado afirmou que ficou ;receoso e questionador; sobre o objetivo real da manifestação.

;Vimos, em vários estados, pessoas com bandeiras vermelhas onde estava escrito ;Lula Livre;, coisas que nada têm a ver com educação. Quer manifestar, não tem problema, contanto que essa seja a finalidade específica;, concluiu.

Ainda está prevista para o fim da tarde um encontro com o deputado federal Elias Vaz (PSB-GO); o senador Jorge Kajuru (PSB-GO); o reitor do Instituto Federal Goiano (IFGoiano), Vicente Pereira de Almeida; o reitor do Instituto Federal de Goiás (IFG), Gerônimo Rodrigues da Silva; e o reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edward Madureira Brasil.

"Represália"

No Twitter, o ex-ministro da Educação Fernando Haddad criticou o decreto sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro: Em represália aos megaprotestos, decreto inconstitucional de Bolsonaro ofende autonomia universitária. Legislativo e Judiciário precisam reagir.

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