Ensino_EnsinoSuperior

Programas de estágio injetam R$15 bilhões no PIB, diz pesquisa

Levantamento realizado pela FIP e o CIEE revelou ainda que o número de jovens estagiários aumentou 47,1% em relação a 2010

Marina Torres*
postado em 11/06/2019 17:00
Levantamento realizado pela FIP e o CIEE revelou ainda que o número de jovens estagiários aumentou 47,1% em relação a 2010
Uma pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) e o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) divulgada hoje (11/6) mostrou que os programas de estágio e aprendizagem profissional tem impacto positivo na economia. De acordo com a pesquisa, as atividades são responsáveis por injetar até R$6,246 bilhões na economia e R$15 bilhões no PIB do país.

De acordo com a pesquisa, no país, cerca de 498,3 mil jovens estagiavam em 2017, um número que cresceu 47,1% em relação a 2010 (339 mil estagiários). Destes, 292 mil recebem bolsa-auxílio. Outro dado divulgado pelo CIEE mostrou que 81% ajudaram a família em casa com os gastos enquanto trabalhavam.

O crescimento do número de estagiários também reflete outro número: atualmente, existem cerca de 3 milhões de pessoas na fila esperando para serem chamadas em vagas de estágios. O presidente do CIEE, Humberto Casagrande, explica que esses jovens são parcela importante tanto para a economia, quanto para as empresas. ;É importante que se crie políticas compensatórias e incentivadoras na área. Para o país, o estágio e a aprendizagem profissional são importantes para a geração de riqueza e geração de mão de obra qualificada. O que queremos mostrar é que, dentro das empresas, os jovens são uma fonte importante de recursos humanos e para a mudança de mentalidade,; realça.

Entre os estagiários, ; do número correspondem a estudantes do ensino superior, ou seja, 1 em cada 20 estudantes de faculdades. A unidade federativa com mais estagiários do ensino superior é Mato Grosso do Sul, com 12,6%. O Distrito Federal aparece em 6; no ranking, com 7,8% do percentual. Entre os setores mais procurados, os estágios em direito, administração e educação correspondem a 40% dos empregados. Na proporção do setor, os estagiários de biblioteconomia, jornalismo e economia lideram o ranking.

Outro dado apontado pela pesquisa foi o de jovens aprendizes. Em 2017, cerca de 386 mil jovens entre 14 e 24 anos trabalhavam como jovens aprendizes, sendo ; no comércio e %u2155 no setor industrial. No entanto, a área, que por lei determina que as médias e grandes empresas contratem pelo menos 5%, não atingiu o número suficiente de aprendizes para o atendimento da legislação em nenhuma unidade federativa.

Os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro são responsáveis por quase metade dos aprendizes do país (47,6%). No Distrito Federal, o número de aprendizes nas empresas é de 2,6%, ficando em 11; no ranking de unidades federativas.

Para o pesquisador da FIPE e professor da USP, Hélio Zylberstajn, uma saída para atingir a meta seria a criação de políticas públicas que permitam que as empresas se moldem a lei. ;Estamos sugerindo um programa de ;crédito-aprendiz;, baseado no de crédito de carbono. Queremos propor que as empresas que estão abaixo da cota de 5% prevista na lei paguem uma taxa àquelas que tem o número superior de aprendizes, para que funcione como crédito,; explica.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação