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Estudantes fecham L2 Norte em defesa da educação e em apoio a greve geral

O grupo se dispersou por volta de 9h para participar da assembleia geral de professores da rede pública do Distrito Federal, na Praça do Buriti

Brenda Silva*
postado em 14/06/2019 10:37
Na manhã desta sexta-feira (14), estudantes protestaram em defesa da educação e contra a reforma da Previdência fechando a via L2 Norte, na altura do Câmpus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília (UnB), no sentido norte. A organização afirma que cerca de 20 pessoas participaram do ato durante uma hora e trinta minutos.
Estudantes fecham via L2 Norte na altura da UnB Os manifestantes apoiam as pautas da greve geral da classe trabalhadora, contra a reforma da Previdência social, que também ocorre nesta sexta-feira em várias regiões do país. A paralisação é promovida por centrais sindicais e pela Central Única dos Trabalhadores (CUT). Segundo o integrante do movimento estudantil Juntos, Bruno Zaidan, o ato tem o objetivo de "dar um recado contra os cortes da educação e contra a reforma da previdência".

[SAIBAMAIS] O protesto também contou com faixas pedindo a saída do atual ministro da Educação, Abraham Weintraub, e em apoio aos trabalhadores para derrotar a reforma previdenciária. A dispersão do ato ocorreu para que o grupo acompanhasse a assembleia geral do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF), que está sendo realizada neste momento na Praça do Buriti.

UnB

Na Universidade de Brasília (UnB), professores e servidores cruzaram os braços, deixando sem aula cerca de 38.032 estudantes matriculados nos cursos de graduação da instituição. A Biblioteca Central estará fechada nesta sexta-feira (14), em razão da greve. O Restaurante Universitário (RU) funciona normalmente com um número de usuário bastante reduzido.
Biblioteca Central não foi aberta nesta sexta-feira
RU funciona normalmente com um número de usuário bastante reduzido.
Geisa Nascimento Barbalho, 25 anos, é mestranda em ciências farmacêuticas Geisa Nascimento Barbalho, 25, é mestranda em ciências farmacêuticas na UnB. "Hoje, eu só vim almoçar no RU porque eu dependo do almoço daqui", conta. Geisa faz trabalhos em laboratório na universidade e recebe uma bolsa de mestrado que não é muito alta. Então, na maioria dos dias, faz suas refeições no Restaurante Universitário. "Eu apoio a greve geral. Acredito que é a melhor forma que a gente tem de mostrar a insatisfação de todos, porque não é só quem ta na universidade pública que vai ser atingido pela reforma da Previdência."

Uma das entradas do Instituto Central de Ciências Norte (ICC), localizado no câmpus Darcy Ribeiro, foi fechada com cadeados. Os grevistas montaram também barricadas de cadeiras para impedir qualquer acesso aos locais de aula.
Barricada de cadeiras foi montada em uma das entradas do ICC Norte
Estudantes
Yago Santos Lira, 25 anos, está no último ano do curso de geologia da UnB. "Eu vim estudar para outras matérias do meu curso porque, como estamos no final do semestre, tudo está corrido e eu não posso deixar o conteúdo acumular", explica Yago, que estava na manhã desta sexta-feira no ICC.
Yago Santos Lira,25 anos, está no último ano do curso de geologia da UnB.
Morador da Asa Sul, Yago veio para a UnB de carro particular. "Eu tive uma aula que foi cancelada porque o ICC estava fechado de manhã e como tinha gente que mora longe e depende de ônibus, o professor decidiu cancelar. A gente já estava meio avisado que poderia não ter aula", relata.
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Cristiane Naves Cardoso, 22, está no 9; semestre de ciências da computação. "Eu ia ter uma aula às 8h, mas não consegui chegar a tempo pela falta de ônibus. A outra aula das 14h foi cancelada por causa da greve", conta. Cristiane saiu de Ceilândia de metrô e percebeu que não tinha ônibus saindo da rodoviária, chegou na UnB horas depois, de carona. Segundo ela, o cancelamento das aulas em cima da hora prejudica os alunos. "Acho que quando, realmente, tem greve, todos os professores deveriam parar". Por não chegar a tempo da aula, Cristiane perdeu uma importante revisão para a prova e agora terá que correr atrás.

*Estagiária sob a supervisão de Ana Sá


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