Thaís Moura*
postado em 12/08/2019 19:16
Manifestações contra os cortes na educação, em defesa da autonomia universitária e contra o programa Future-se, devem ocorrer em todo país nesta terça-feira (13/08), Dia Nacional de Mobilização, Paralisações e Greves. Mais de 150 atos, organizadas pela União Nacional dos Estudantes (UNE), pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e pela Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPg), têm previsão para acontecer em cerca de 200 municípios. Em Brasília, o ato terá concentração a partir de 9h em frente ao Museu Nacional. Ao total, a UNE projeta que, em média, 2 milhões de manifestantes vão as ruas a nível nacional, com presença confirmada de associações de docentes, como a ADUnB, além de movimentos como CUT, MST, Com Lutas, e a Frente Brasil Popular. O contingenciamento de verbas destinadas ao ensino público e a rejeição ao Future-se, programa que pretende criar parcerias público-priovadas para as instituições, são as principais pauta do movimento. Porém, os protestos também defenderão as bolsas do ProUni e a valorização da educação como um todo, segundo o presidente da UNE, Iago Montalvão. "A grande massa será de universidades públicas, que são as mais afetadas pelas últimas medidas do governo na área, mas o pessoal das faculdades privdas também estão articulando paralisações", informou o representante dos estudantes.
Segundo Montalvão, se os recursos bloqueados pelo MEC não forem recuperados até o fim de agosto, "várias universidades vão parar de funcionar". "Estamos convictos de que essa será uma manifestação importante, os estudantes estão aderindo porque estão muito indignados com as últimas ações do governo na educação. Eles (governantes) usam o dinheiro da educação para pagar emenda parlamentar, para aprovar a reforma da previdência, mas não usa para as instituições", afirmou o presidente da UNE.
De acordo com o presidente da Associação de Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB), Luís Antônio Pasquetti, a maior parte das aulas na instituição serão suspensas no dia, em função da paralisação, que ocorre no segundo dia de aula do semestre. "O conselho de representantes da UnB já tomou a decisão de suspender as aulas, a serem repostas posteriormente, mas os professores tem liberdade e autonomia universitária, então isso possibilita que alguns não sigam as orientações", disse Pasquetti.
Contra a reforma da previdência
Além dos cortes orçamentários e do programa Future-se, parte do movimento também deve manifestar contra a Reforma da Previdência, projeto aprovado na Câmara dos Deputados e a ser encaminhado para o Senado. O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES - SN) e o Sindicato dos Professores do DF (Sinpro - DF) também irão aderir aos atos.
;É preciso compreender esses ataques à educação, concretizados por meio dos cortes e de uma política de privatização, além da desconstitucionalização dos direitos, que tem como foco a reforma da Previdência nesse momento, no contexto de uma crise do Capital, que se expressa de forma mais fenomênica. O dia 13 de agosto tem que ser visto nesse contexto de aumento da inflação, de não crescimento da economia, de aumento do desemprego e da falta de perspectiva da juventude;, pontuou a diretora do ANDES-SN, Raquel Dias, em nota divulgada pelo Sindicato.
Para o diretor do Sinpro-DF, Samuel Fernandes, que representa os docentes de instituições públicas da capital, a reforma da previdência deve "acabar com a aposentadoria especial dos professores", e por isso, é preciso que aconteça uma Greve Nacional da Educação. "Convocamos toda a categoria dos professores, tanto das instituições públicas quanto das privadas, para paralisar as atividades amanhã nas escolas. Quase 90% das 596 escolas públicas do DF devem fechar amanhã", informou.
*Estagiária sob supervisão de