Catarina Loiola*
postado em 19/09/2019 14:00
O ensino superior à distância oferece mais vagas que o ensino presencial pela primeira vez na história, segundo dados do Censo da Educação Superior 2018, divulgados hoje pelo Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O levantamento mostra que foram oferecidas 13,5 milhões vagas para educação superior no Brasil, em que 7,1 milhões foram para cursos a distância e 6,4 para graduações presenciais. No entanto, o número de alunos matriculados em cursos presenciais ainda é maior. De acordo com o censo, 8,4 milhões de alunos estão matriculados em instituições de educação superior. Apesar do volume, o ministro Abraham Weintraub explica que a maioria dos estudantes desistem do curso antes de completar a graduação. ;O jovem que possui financiamento mesmo enfrentando todas as dificuldades possíveis tem uma taxa muito menor de desistência que os jovens que são custeados pelos pais ou que estão em universidades federais;. Como solução para aumentar a taxa de conclusão, o ministro ressaltou que não é preciso mais investimento, e sim práticas de eficiência que mantenham o aluno na graduação.
Quanto ao número de matrículas, a quantidade decresceu comparado aos últimos dez anos, registrando apenas 1,9% de crescimento. Anteriormente a média anual de aumento era 3,8%. Aproximadamente 40% da população entre 18 e 24 anos concluiu o ensino médio e não realiza algum curso superior. Segundo Carlos Moreno, líder da Diretoria de Estatísticas Educacionais (DEED) do Inep, a graduação é ferramenta para aumentar o piso salarial, e que a estratégia já é utilizada em outros países.
De acordo com Moreno, as instituições privadas são o principal meio de ensino superior no país. Existem 2,5 mil universidades e faculdades, o que representa 75% da rede. "Historicamente, o número de vagas preenchidas é menor que o número de vagas oferecidas. Mesmo na rede pública, não conseguimos preencher o número de vagas", afirma.
A quantidade de estudantes que mudam de estado para estudar também aumentou, totalizando 33.929 ingressos. No entanto, cerca de 11% desiste no meio e retorna para a cidade originária.
O censo também apresenta o perfil da população de jovens que mais estuda no Brasil, que são mulheres, brancas e da região Sudeste. Apenas 33% dos jovens do Brasil concluem a formação no tempo específico. Quanto ao tempo de estudo, a população mais rica passa, em média, 13,2 anos na graduação, enquanto os mais pobres não ultrapassam 10 anos.
Também foi aferido que o curso com maior procura é direito, com 860 mil matrículas em 2018. Pedagogia segue a tendência dos últimos anos e é a graduação em licenciatura mais procurada, com 747 mil matrículas.