Jornal Correio Braziliense

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Professores da UnB protestam contra Future-se e cortes na educação

Protesto na Rodoviária do Plano Piloto reuniu cerca de 100 manifestantes, que ressaltaram os projetos da universidade que atendem toda a comunidade

A Associação dos docentes da Universidade de Brasília (ADUnB) realizou uma manifestação na tarde desta quinta-feira (3), por volta das 17h, na Rodoviária do Plano Piloto contra o programa Future-se e as políticas de corte na educação superior. O protesto reuniu professores, estudantes, técnicos e egressos da Universidade de Brasília (UnB). A organização do evento estima que cerca de 100 pessoas compareceram.
[SAIBAMAIS]
Luis Antonio Pasquetti, presidente da ADUnB, ressaltou a relevância da UnB no Distrito Federal, que ultrapassa a sala de aula e chega a atividades como o Hospital Universitário e a produção de fármacos e medicamentos para o mercado. ;Temos mais de 300 projetos de extensão envolvendo o território Calunga, Formosa, a Estrutural. São muitos os projetos que a universidade desenvolve;, disse.

;A universidade não é só para os estudantes. É para todo mundo!”, disse a estudante Ana Carolina de Aragão, caloura de ciências sociais que protestava contra os cortes no ensino superior.

Francílio Rocha, formado em gestão de agronegócios na UnB em 2018, também participou da manifestação. Ele conta que os pais eram analfabetos e que, sem políticas como as do passe livre estudantil e do restaurante universitário, não teria a oportunidade de concluir o ensino superior. Em breve, ele pretende voltar ao mestrado na UnB. ;Ela é uma universidade com impacto incalculável. Como um aluno da periferia vai ter acesso à oportunidade?;, disse Francílio.

Teto de gastos

Para o secretário-geral da ADUnB, Cláudio Lorenzo, o discurso que as medidas de corte são por falta de verba é falso. ;Hoje o governo estabelece um teto de gastos para a universidade. Já foi R$ 140 milhões, hoje é R$ 70 milhões", diz.

E o que acontece é que se os professores captarem recursos na iniciativa privada, em unidades federais ou em órgãos internacionais para fazer pesquisa, mas ultrapassarem o teto de 70 milhões, eles [o governo] transformam isso em superávit. O governo fica com esse dinheiro;, disse o secretário.

Janaina do Nascimento é assistente administrativa e acha que a UnB é muito importante para o país. ;Onde já se viu cortar dinheiro da educação?;, disse Janaina.
*Estagiário sob supervisão de Jairo Macedo