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21% dos professores do DF se arrependeram pela escolha da profissão

Apesar dos melhores salários, os docentes da rede pública da capital do país são os mais insatisfeitos com a carreira

Isadora Martins*
postado em 05/12/2019 19:43
São Paulo ; Um percentual de 21% dos professores da rede publica do Distrito Federal admitem arrependimento pela escolha da carreira, enquanto a média nacional é de apenas 14% e 43% dos profissionais acham que seria melhor ter escolhido outra profissão. Mas aproximadamente 58% da categoria fariam a escolha de novo. Os dados foram apresentados nesta quinta-feira pelo Instituto Ayrton Senna, em São Paulo. Se comparando com as categorias dos estados, o índice de satisfação dos mestres da capital do país é o pior mesmo pagando os melhores salários.

[FOTO1]O Instituto Ayrton Senna apresentou um diagnóstico detalhado da educação nas 27 unidades da federação. O economista chefe do Instituto Ayrton Senna e professor do Insper Ricardo Paes de Barros explica que diversos fatores influenciam no índice de satisfação dos docentes com a carreira. ;Se o professor não sente seu trabalho valorizado e percebe que não tem condições para desempenhar as tarefas, mesmo que receba um salário alto, ele pode ser sentir desmotivado;, disse PB, como o economista é conhecido.

Ele cita como exemplos o caso de escolas onde o clima organizacional é desfavorável ; quando há muitos conflitos entre professores, coordenadores e alunos ; e as situações em que os docentes mudam de instituição frequentemente e precisam dar aulas para turmas lotadas. No entanto, ele não acredita que esse seja o caso do DF. ;Esse índice do Distrito Federal é difícil de entender, porque não parece ser um lugar onde o trabalho do professor é desvalorizado. É preciso olhar com mais cuidado;, ressalta.

A motivação dos professores interfere diretamente na experiência acadêmica dos alunos. De acordo com a pesquisa do Instituto Ayrton Senna, aproximadamente 36% dos docentes do DF acreditam que os problemas de aprendizagem na sala de aula são decorrentes da insatisfação e do desestímulo com a carreira. ;Não adianta gente brilhante e bem-formada que não está motivada;, afirma o economista. ;É uma trinca: atrair bons profissionais, formá-los bem e garantir que estejam motivados.;

Vale ressaltar que 48% dos concluintes de licenciatura pelo magistério no DF dizem ter escolhido o curso por vocação ; o que representa a maior taxa do país. Entretanto, 41% não pretendem exercer o magistério após o término do curso como atuação profissional principal.

*Estagiária sob supervisão de Ana Sá Viajou a convite do Instituto Ayrton Senna

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