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'Rinha de universidades' mobiliza alunos da UnB no Facebook, mas UFV vence

Universitários de instituições federais e estaduais de ensino entraram na disputa de memes. No fim, a Universidade Federal de Viçosa saiu vencedora

Luiz Oliveira*
postado em 30/12/2019 17:06

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Desde o começo do segundo semestre de 2019, estudantes de universidades públicas de todo o país se engajaram em uma espécie de competição de memes no Facebook para descobrir qual seria a melhor instituição de ensino superior mantida pelo estado no país.

A "rinha de universidades públicas" se espalhou por grupos privados e públicos no Facebook, em que universitários se enfrentavam para defender a instituição em que estudam. Tudo isso à base de muito humor, montagens e memes.

A disputa não dominou apenas grupos e virou também uma página: mais de 50 mil pessoas seguem o perfil "Rinha de Universidades Públicas do Brasil". De acordo com a descrição que se encontra no perfil da rede social de Mark Zuckerberg, o intuito dos integrantes era colocar em destaque cursos, institutos e faculdades que, muitas vezes, são desconhecidos pela comunidade.

Afinal, apesar de ser uma competição, em que rivalidades se afloram, esta também foi uma oportunidade para troca de ideias e até surgimento de amizades entre alunos de diferentes localidades. Segundo os criadores da página, a "rinha" começou em um grupo da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e logo se espalhou pelas outras federais.

Como era a competição?

A disputa entre universitários se travou na linguagem das redes sociais: os universitários batalharam por meio de memes. Para vencer o duelo e seguir na jornada rumo ao primeiro lugar valia de tudo, no entanto mantendo o respeito em relação ao adversário.

Ezequiel Chagas, 24 anos, cursa o 6; semestre de pedagogia na Universidade de Brasília (UnB) é um dos integrantes do grupo "Dedo na RU e gritaria", que conta com mais de 86 mil membros. A comunidade on-line foi criada em 8 de novembro de 2019 para concentrar embates entre universitários. Ezequiel diz que o espaço cresceu muito rápido.
"Em questão de semanas, a gente ultrapassou 200 mil membros. Tinha dias em que mais de 1 mil pessoas entravam. Isso fez com que muitas publicações batessem recordes de curtidas e comentários", descreve.

Foram meses de batalhas, pois os alunos se empenharam em fazer da instituição à qual pertenciam vencedora. A cada etapa, as campeãs eram definidas pelo número de curtidas, comentários e interações com os memes.

Confira alguns dos posts e memes mais engraçados que rolaram durante a competição:

A animação de uma universitária na UFV durante festa movimentou os grupos
Meme de estudantes da UnB
Universitários da UFV zoaram o look de estudantes da UTFPR
Por fim, com tanto meme bem curtido, a UFV acabou vitoriosa

O resultado

No total, 64 universidades públicas foram representadas na disputa. A UnB chegou às quartas de final, ao lado das universidades Federal de Viçosa (UFV), Tecnológica Federal do Paraná (UFFPR) e Federal do Paraná (UFPR).
Alunos da Universidade de Brasília duelaram com os da UFV e chegaram a fazer piada até com a Pasterlaria Viçosa, presente no DF desde os anos 1960. No entanto, a UFV conseguiu mobilizar mais internautas e saiu vitoriosa.
Na semifinal, a UFV enfrentou a UTFPR, também saindo vencedora. Por fim, na final, a Federal de Viçosa encarou a Unesp (Universidade Estadual Paulista), sagrando-se como a grande campeã, apesar de por uma pequena diferença de votos. A "rinha" terminou em 25 de dezembro, com a vitória da UFV ficando como presente de Natal para alunos da instituição.

Veja o histórico da disputa:

Veja qual instituição chegou a cada etapa da competição: as universidades marcadas em verde são as vencedoras da respectiva fase

Confira o ranking das 10 primeiras colocadas:

1;) UFV

2;) Unesp

3;) UTFPR

4;) Unifesp

5;) UnB

6;) UFLA

7;) UFTM

8;) UFU

9;) UFABC

10;) UFS

Preconceito regional

Todavia, nem tudo foi divertido na "rinha de universidades públicas". A disputa mobilizou estudantes de diversas regiões do país, e ocorreram alguns casos de preconceito regional, porém todos combatidos pelos administradores do grupo, que deixaram evidente que uma das regras era não entrar na competição com posts ou comentários racistas, LGBTfóbicos, machistas e xenófobos.
*Estagiário sob supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa

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