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No Palácio do Buriti, estudantes protestam contra aumento de passagens

Em manifestação marcada pelo DCE da UnB, alunos pedem redução do preço da tarifa do transporte público do Distrito Federal, reajustada este mês

Correio Braziliense
postado em 30/01/2020 19:06
Dezenas de pessoas caminharam, nesta quinta-feira (30/1), do Ginásio Nilson Nelson ao Palácio do Buriti em manifestação convocada pelo Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Brasília Honestino Guimarães (DCE/UnB). A iniciativa faz parte de uma séries de protestos contra novas tarifas de ônibus e metrô. Carta de reivindicações foi protocolada 
Dezenas de estudantes marcharam pelo Eixo Monumental
As manifestações contra o aumento das passagens de ônibus e metrô continuam. Dezenas de pessoas protestaram, em frente ao Palácio do Buriti, por volta das 18h desta quinta-feira (30/1), contra as novas tarifas impostas pelo Governo do Distrito Federal. 

A manifestação foi convocada, por meio das redes sociais, pelo DCE/UnB e contou com o apoio do Movimento Passe Livre (MPL/DF). Depois de se reunirem no estacionamento do Ginásio Nilson Nelson, os manifestantes seguiram em direção ao Palácio do Buriti, casa do Executivo local, e ocuparam uma das faixas da via N1, no Eixo Monumental. 
 

Saiba Mais

A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) acompanhou a situação e, até a publicação desta matéria, nenhuma ocorrência havia sido registrada. Líderes dos manifestantes protocolaram uma carta de reivindicações a respeito do transporte público, no DF, junto à Secretaria de Atendimento à Comunidade.
 
Na quarta-feira (29/1), Lucas Bragança, 24 anos, estudante de geografia e coordenador geral do DCE/UnB, explicou que o ato vem para reafirmar o direito ao passe livre estudantil.Além disso, apesar de terem direito à gratuidade, os estudantes precisam pagar passagem durante as férias e para outros percursos que não sejam entre casa e faculdade.

Moradora de Sobradinho 2, Lísya Borges, 22 anos, diz que a qualidade do serviço oferecido pelo GDF não condiz com a tarifa cobrada. “A questão é que o transporte público em Brasília é muito ruim. No geral, a integração não funciona. Em Sobradinho 2, as linhas são reduzidas", afirma. "Domingo não tem ônibus. Os ônibus têm uma péssima qualidade, quebram e são sujos. Além disso, saem da Rodoviária atrasados, estão sempre cheios e não há quantidade suficiente", protestou a estudante de história da UnB. 
 
Alunos usaram bonés e bandeiras de entidades estudantis, cursos da UnB e movimentos sociais 
 
Segundo Lísya, a ida até a universidade é um desafio diário pela mobilidade precária no DF. “Ir pra UnB é difícil. Só tenho uma linha para ir de Sobradinho diretamente para faculdade. O ônibus passa às 7h e só sai da universidade às 18h. E, para outras pessoas com quem convivo, também é supercomplicado chegar à universidade”, conta.
 
Para Jéssica Karine Almeida, 21 anos, estudante de arquivologia da UnB, a mobilidade no DF está aquém do valor cobrado. “Tem ônibus que demora mais de uma hora e meia pra chegar ao terminal do Gama. Além disso, a tarifa é muito cara para um transporte onde o metrô, por exemplo, não abrange todo o DF”, diz a moradora do Gama.
 
Ato foi pacífico e convocado pelas redes sociais

Outros atos

Em 14 de janeiro, um dia após o reajuste de passagens implementado pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, o Movimento Passe Livre (MPL) organizou uma manifestação contra o aumento das passagens. Na ocasião, centenas de manifestantes seguiram da W3 Sul até a Rodoviária do Plano Piloto. O ato foi pacífico e terminou sem nenhum registro de ocorrência. 

Com o objetivo de descentralizar os protestos, uma semana depois, foi a vez de Taguatinga entrar no mapa das manifestações pelo DF. Na noite de 21 de janeiro, manifestantes se reuniram, na Praça do Relógio, para contestar o aumento imposto pelo governo local. Na ocasião, os participantes caminharam pelo Centro de Taguatinga. Ceilândia e Paranoá também são algumas das regiões administrativas onde foram realizados atos contra o aumento das tarifas.

Aumento

No dia 13 de janeiro, começou a valer o aumento de 10% nas tarifas de ônibus e metrô. O reajuste foi feito em todas as modalidades. Viagens de metrô e de ônibus de integração, que custavam R$ 5, passaram para R$ 5,50. Os ônibus de R$ 3,50 chegaram ao valor de R$ 3,85, e as passagens de R$ 2,50 foram para R$ 2,75. 

Desde a implementação da medida, o Governo do Distrito Federal argumenta que o aumento é necessário para diminuir o déficit no setor. Segundo o secretário de Transporte e Mobilidade, Valter Casimiro, a dívida do GDF com empresas de ônibus chega a R$ 247 milhões. 

No dia 14 de janeiro, pouco antes da primeira manifestação contra o reajuste, o governador Ibaneis Rocha (MDB) também defendeu a necessidade do aumento. Já no dia 16 de janeiro, o chefe do Executivo local assinou um decreto autorizando a diminuição de R$ 0,05 nas passagens de ônibus que, com o reajuste, ficaram com valores quebrados. Com isso, as tarifas passaram de R$ 3,85 e R$ 2,75 para R$ 3,80 e R$ 2,70, respectivamente. Segundo Ibaneis Rocha, a diminuição do valor ocorreu para facilitar o troco.

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  • Foto: Carlos Vieira/CB/D.A Press
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