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Universidade de Brasília é eleita a 6ª melhor federal do Brasil

O primeiro lugar brasileiro e da América Latina ficou com a Universidade de São Paulo (USP), de acordo com o ranking mundial feito pela QS Quacquarelli Symond

Correio Braziliense
postado em 05/03/2020 11:49

A décima edição do QS World University Ranking by Subject, divulgado esta semana, elegeu Universidade de Brasília (UnB) como a 6ª melhor instituição de ensino superior brasileira. No contexto geral do país, ao contabilizar universidades estaduais e particulares, a UnB garantiu a 12ª posição e é 81ª da América Latina do levantamento elaborado pela QS Quacquarelli Symonds.

 

 A Universidade de São Paulo (USP) é destaque na avaliação internacional. Além de ser a primeira colocada do Brasil, foi nomeada a melhor instituição de ensino superior da América Latina.

 

Confira o desempenho da UnB

 

Confira o desempenho da USP

 

A Universidade de Brasília aparece em 12 dos 48 cursos avaliados

 

UnB  tem pontuação em 12 áreas

 O levantamento fornece uma análise comparativa do desempenho de 13.138 programas universitários individuais, cursados por estudantes de 1.368 universidades, em 83 locais em todo o mundo, divididos em 48 disciplinas acadêmicas de cinco grandes áreas. 

 

A UnB está ranqueada em 12 áreas disciplinares: sociologia (201-250º posição), agricultura e ciências florestais (201-250º), direito e estudos legais (251-300º), estudos ambientais (351-400º), medicina (351-400º), ciências sociais e administração (390º), artes e humanidades (401-450º), ciências da vida e medicina (401-450º), ciências biológicas (401-450º), economia e econometria (401-450º), ciência da computação e sistema de informação (501-550º) e química (551-600º). 

 

A maioria das colocações se manteve estável. A pontuação nos cursos de ciências sociais e administração e ciências da vida e medicina registraram uma melhora de desempenho. 

 

Para a decana de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional da UnB, Denise Imbroisi, o lugar no ranking é fruto do investimento em editais que dão condições, em especial,  para a publicação de pesquisas. “Isso é realmente motivo de muito orgulho para o Brasil. Somos a primeira do Centro-Oeste e 6ª federal do Brasil. A UnB tem trabalhado muito para continuar aprimorando os indicadores nos rankings, em todas as áreas do conhecimento”, afirma. 

 

No contexto mundial do ranking, a instituição brasiliense teve uma pontuação menor que nos anos anteriores. A melhor colocação foi alcançada em 2016, quando garantiu a posição 491-500. Neste ano, chegou à faixa dos 801-1000. 

 

A colocação da Universidade de Brasília não ranking mundialAlém disso, a pesquisa traz avaliações referentes a reputações acadêmicas e com empregadores. Nesse critério, a UnB mantém pontuações abaixo da média nacional. 

 

“Os melhores desempenhos estão nas medidas de impacto de pesquisa, mas a instituição ainda não tem o mesmo reconhecimento entre acadêmicos e empregadores que outras universidades no Brasil”, afirma Ben Sowter, vice-presidente sênior da unidade de inteligência da QS. 

 

A QS utiliza quatro métricas para compilar seus rankings: a reputação acadêmica (baseada nas respostas dadas pela comunidade acadêmica global à Academic Survey%u202Fda QS); reputação entre empregadores (insights oferecidos por mais de 44 mil empregadores selecionados); citações por artigo (indexadas por um banco de dados específico) e índice H (produtividade acadêmica).  

 

Denise Imbroisi atribui a queda mundial da instituição brasiliense no ranking à logística da metodologia. “O que acontece quando analisamos esse contexto é que mais universidades são ranqueadas [por ano]. Como a classificação é por faixas, esses acréscimos fazem com que a UnB esteja em uma posição inferior ao ano anterior”, justifica.

 

“Outro ponto importante é que 50% da pontuação desse ranking vem de questionários respondidos por terceiros. No Brasil, temos uma parcela reduzida de pessoas que respondem a reputação acadêmica e entre empregadores”, afirma. “No caso da UnB, a maioria dos estudantes vão para o mercado governamental e, muito provavelmente, as respostas não vêm da maioria empregadores dos nossos estudantes”, exemplifica. 

 

A expectativa para os resultados das próximas pesquisas e para os próximos anos é positiva. “Vamos continuar focando em uma formação de qualidade e na produção de pesquisa. Esperamos que isso resulte em posições melhores para as universidades”, conclui. 

 

USP no topo
 

Das 48 áreas ranqueadas por disciplinas, a USP, que é a primeira colocada do Brasil, está classificada em 40 delas. O número é maior do que qualquer outra universidade da América Latina, o que a configura como a melhor da região.

 

A performance da instituição paulista manteve estabilidade em relação aos anos anteriores. Subiu de posição em cinco disciplinas e caiu apenas em outras cinco. A melhor pontuação foi no curso de odontologia, passando da 20ª posição mundial para a 18ª. 

 

O programa de odontologia da Universidade de Campinas (Unicamp) foi avaliado como um dos 50 melhores do mundo, ocupando a posição de 29º lugar, cinco posições acima do ano anterior. Segundo a QS, o principal departamento de pesquisas do país é o Departamento de Farmácia e Farmacologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

 

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) teve um ano de melhoria geral. Garantiu uma pontuação superior em oito das 27 disciplinas em que está classificada e decaiu somente em três.

 

 A avaliação, contudo, demonstra  um ano de progresso moderado para o ensino superior brasileiro. Ben Sowter parabeniza o forte desempenho contínuo da USP, mas ressalta a necessidade de a instituição não se acomodar com o título.

 

 “Uma nação ambiciosa e do tamanho do Brasil precisa de muitas universidades de ponta, não apenas de uma principal. O setor deve ser capaz de oferecer desenvolvimento intelectual e habilidades para toda a população, e nenhuma universidade pode fazer isso sozinha”, pontua. 

 

O vice-presidente sênior da unidade de inteligência da QS recomenda cinco métodos para que as universidades possam melhorar esse paradigma:

 

 

 

  1. Considerar as preocupações do empregador e a lacuna global de habilidades ao criar e atualizar currículos;
  2. Envolver-se constantemente com empregadores, especialmente no âmbito internacional;
  3. Estabelecer parcerias de pesquisa; 
  4. Garantir que os métodos de ensino ajudem a preparar os alunos para o sucesso no ambiente de trabalho moderno. Isso exigirá inovação pedagógica e, para muitos cursos, a busca por formas de vincular métodos de ensino a situações no local de trabalho, fazer com que os empregadores tenham uma forte presença no câmpus, para que os alunos possam se encontrar cara a cara com aqueles que podem oferecer a eles o primeiro passo na carreira; 
  5. Integrar estudos internacionais ou experiências de trabalho nos currículos. A pesquisa interna da QS sugere que os graduados com experiência internacional são mais atraentes para os empregadores, devido à variedade de habilidades pessoais e oportunidades de desenvolvimento pessoal que estudam ou trabalham no exterior.

 

 

O Eu, Estudante entrou em contato com a Universidade de São Paulo, mas não obteve resposta até a publicação da matéria. 

 

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